Para sempre 35

Viagens. Liberdade. Altruísmo. Amizade. Família. Amor. Contentamento. Disciplina. Entrega. Organização. Companheirismo. Decoração. Literatura. Flores. Cores. Fotografia. Sonho. Carnaval. Surpresa. Natureza. Paz. Conforto. Auto-estima. Segurança. Prazer. Liderança. Dedicação. Projetos. Espiritualidade. Fé. Alegria. Mudanças. Construção. Esperança.

Constatações aos 35

Esse site é a prova da advogada sentimental que me tornei. Enfim, não era bem assim que gostaria de escrever a minha história. Mas nas entrelinhas tudo pode ser revolucionado. Pois então. Chegou o tempo de ser o que ser quer. Sou advogada sim. E vou morrer sendo. Mas há como se aproveitar disso. Estou animada com a possibilidade de dar aula. E esse é o canal. Mais um registro que deixo pra posteridade.

Sonhos ou Projetos?

A maturidade transforma sonhos em projetos. Balões, corações inflados, fogos de artifício, cavalos alados.... Os tempos passaram e a vida real materializou-se.

Viver de sonhos, enebriada na irrealidade do amor, causa danos irreparáveis. Drummond, com sua prosa, me ajudou muito em tempos de outrora. Agora não mais.

Hoje vivo o tempo da razão, da realidade palpável. Há tão pouco tempo para os sonhos ilusórios....As vontades precisam ser planejadas. Sonhar, por hora, está vetado. Não quero mais decepções.  Inclusive, com a maturidade, não deveria haver mais razões pra isso. Ou estarei eu num momento muito pessimista?( BELIEVE em que?)

E eis aqui mais um registro momentâneo de um importante pensamento.

E que a vida siga em paz. É esse o meu desejo para todo o sempre.

ACGA

Ter ou não namorado

O texto lindo que me fez passar no vestibular, lá nos antigos 1997, não foi um texto do Drummond, contrariando a referência feita no post acima. O tema da redaçao, naquela ocasião, foi Amor. E eu tive a "sorte" de obter a nota máxima. Eis aqui um texto que marcou, marca e pra sempre marcará minha vida, apesar dos "projetos" que me norteiam, com a devida dúvida que se perpetua: eis um texto do Drummond ou de Artur da Tavola? Realmente não sei.

TER OU NÃO TER NAMORADO

Quem não tem namorado é alguém que tirou férias não remuneradas de si mesmo.
Namorado é a mais difícil das conquistas.
Difícil porque namorado de verdade é muito raro. Necessita de adivinhação, de pele, saliva, lágrima, nuvem, quindim, brisa ou filosofia. Paquera, gabiru, flerte, caso, transa, envolvimento, até paixão, é fácil.
Mas namorado, mesmo, é muito difícil. Namorado não precisa ser o mais bonito, mas ser aquele a quem se quer proteger e quando se chega ao lado dele a gente treme, sua frio e quase desmaia pedindo proteção. A proteção não precisa ser parruda, decidida; ou bandoleira basta um olhar de compreensão ou mesmo de aflição.
Quem não tem namorado é quem não tem amor é quem não sabe o gosto de namorar. Há quem não sabe o gosto de namorar. Se você tem três pretendentes, dois paqueras, um envolvimento e dois amantes; mesmo assim pode não ter nenhum namorado.
Não tem namorado quem não sabe o gosto de chuva, cinema sessão das duas, medo do pai, sanduíche de padaria ou drible no trabalho.
Não tem namorado quem transa sem carinho, quem se acaricia sem vontade de virar sorvete ou lagartixa e quem ama sem alegria.
Não tem namorado quem faz pacto de amor apenas com a infelicidade. Namorar é fazer pactos com a felicidade ainda que rápida, escondida, fugidia ou impossível de durar.
Não tem namorado quem não sabe o valor de mãos dadas; de carinho escondido na hora em que passa o filme; de flor catada no muro e entregue de repente; de poesia de Fernando Pessoa, Vinícius de Moraes ou Chico Buarque lida bem devagar; de gargalhada quando fala junto ou descobre meia rasgada; de ânsia enorme de viajar junto para a Escócia ou mesmo de metrô, bonde, nuvem, cavalo alado, tapete mágico ou foguete interplanetário.
Não tem namorado quem não gosta de dormir agarrado, de fazer cesta abraçado, fazer compra junto.
Não tem namorado quem não gosta de falar do próprio amor, nem de ficar horas e horas olhando o mistério do outro dentro dos olhos dele, abobalhados de alegria pela lucidez do amor.
Não tem namorado quem não redescobre a criança própria e a do amado e sai com ela para parques, fliperamas, beira - d'água, show do Milton Nascimento, bosques enluarados, ruas de sonhos ou musical da Metro.
Não tem namorado quem não tem música secreta com ele, quem não dedica livros, quem não recorta artigos; quem gosta sem curtir; quem curte sem aprofundar.
Não tem namorado quem nunca sentiu o gosto de ser lembrado de repente no fim de semana, na madrugada, ou meio-dia do dia de sol em plena praia cheia de rivais.
Não tem namorado quem ama sem se dedicar; quem namora sem brincar; quem vive cheio de obrigações; quem faz sexo sem esperar o outro ir junto com ele.
Não tem namorado quem confunde solidão com ficar sozinho e em paz.
Não tem namorado quem não fala sozinho, não ri de si mesmo e quem tem medo de ser afetivo.
Se você não tem namorado porque não descobriu que o amor é alegre e você vive pesando duzentos quilos de grilos e medos, ponha a saia mais leve, aquela de chita e passeie de mãos dadas com o ar. Enfeite-se com margaridas e ternuras e escove a alma com leves fricções de esperança. De alma escovada e coração estouvado, saia do quintal de si mesmo e descubra o seu próprio jardim.
Acorde com gosto de caqui e sorria lírios para quem passe debaixo de sua janela. Ponha intenções de quermesse em seus olhos e beba licor de contos de fada. Ande como se o chão estivesse repleto de sons de flauta e do céu descesse uma névoa de borboletas, cada qual trazendo uma pérola falante a dizer frases sutis e palavras de galanteria.
Se você não tem namorado é porque ainda não enlouqueceu aquele pouquinho necessário a fazer a vida parar e de repente parecer que faz sentido. ENLOU-CRESÇA.

Lê-se em todos os jornais. O Brasil sangra. E assim nossas mentes e vidas. Não há como ignorar a situação do pais ao escrever de novo aqui.

É tudo muito surpreendentemente absurdo.

Todos nós achávamos que o Brasil estivesse em franca expansão;mas não.

Nunca havia escrito aqui sobre a situação financeira da gente. Pois aqui registra-se.

A situação está ridícula.

"Aqui se faz, aqui se paga." Sinto medo.

Um novo tempo....

"Acredito nos sorrisos de alma, nos olhares de coração e nos beijos de corpo inteiro. Acredito no amor, na amizade, nos carinhos e nos afetos. No fundo, em tudo aquilo que se encontra, sem se procurar, e que se tem, sem se possuir. Acredito, que são esses os verdadeiros milagres."

Luis Santos (Fanpage: Vida Líquida)