quarta-feira, 27 de maio de 2009

Ocultos sentidos

Nos dias em que mais me sinto oca,
naturalmente,
mais sinto vontade de preencher minhas entranhas.

E fujo,
rumo a não sei onde,
em busca de não sei o que.
Por instantes, perco-me em (de) mim.

Mas logo reaparece o eixo, mesmo que a fórceps.
Reconheço o limite da loucura.
Reencontro-me.

E só então, sã,
percebo desejos esquecidos
ao relembrar o momento em que pude tocar,
em meio a completa cegueira,
o som dos meus pensamentos.

E aos poucos vou resgatando a sensação dos dedos,
A ouvir sons ao meu redor,
Enxergar pensamentos...
E só então abro os OLHOS!

terça-feira, 26 de maio de 2009

Divagando...

Estava aqui lendo um texto da pós (puxa, é a primeira vez que falo dela aqui...) quando me bateu uma enorme vontade de publicar aqui uma passagem desse extraordinário texto do Irati Antonio, intitulado Autoria e cultura na pós-modernidade:

“ Penso que a sensibilidade pós-moderna é uma forma de ver, de viver e de conhecer o mundo que coloca em constante confronto valores culturais e sociais diferentes, ao estabelecer relações entre concepções distintas e até mesmo contraditórias. Isso não quer dizer que a diversidade e a relativização da cultura e das formas de expressão propõem a rejeição absoluta dos valores modernos. Em vez disso, parece-me que a forma de relacionar a diferença está em pensá-la junto com o seu duplo, seu contrário, seu avesso. Assim, a diferença e o modo de relacionar valores diferentes podem desenvolver uma nova sensibilidade humana (ou gosto, como denominada na modernidade), entendida como a faculdade de experimentar, na forma proposta por Mostesquieu, da qual emergem o sujeito ético e as escolhas. É assim que o cidadão pode definir suas conexões e escolher o seu mundo impossível.”
(Autoria e Cultura na pós-modernidade. Irati Antonio. Ci-inf,.Brasília, v. 27, n.2, p.192, maio/ago. 1998)

Mais uma vez: THAT´S IT!

Vale a pena: Sérgio Britto no Jô (25.05.09)!

Sem máscaras?


Hora ou outra canso de uma personagem... Na verdade, acho que todo mundo que preza o lado lúdico é assim.

Dessa vez cansei daquela que finge não saber nadar e vive teimando em se agarrar às beiradas, com medo de se deixar levar pela correnteza... pelo vento... pela consciência do que se quer pra si...

Parei pra pensar: medo de que? E aí essa personagem deixou de ter graça e resolvi tirar dos meus guardados outra.

A personagem da hora passou a ser aquela que está planejando há tempos voar de balão ... ! Imagina só? :)

quinta-feira, 21 de maio de 2009

Giant Wheel


Sabe-se lá o que vai de encontro
a todo esse sentir que paira no ar...
Transformar,
filosofar,
crescer,
experimentar,
olhar,
deixar.... fluirrrrrrr!

Estrelas,
Amores,
Amigos,
Flores...
Rodas gigante!

O lúdico transcende por sobre os afazeres da vida,
transformando tudo em cores,
música,
arte,
amores.

AMAR!
VIVER!
CRESCER!
Seguirrrrrrr...!

(foto de Tatiana Reis)

quarta-feira, 20 de maio de 2009

Big Bag of Dreams

Hoje resolvi olhar virtualmente ao meu redor e descobri algumas pessoinhas muito especiais por aqui, que, em meio a uma tarde fria, sem criatividade e chuvosa de maio, me levaram na cama um chocolate bem quentinho, daqueles que acalentam a alma! Sabe como é, né?! :)

Falando nisso, faço questão de postar aqui um dos textos da Gabi (Big Bag of Dreams):

Hora do pé no freio

E de repente assim, acontece. Como a nossa vida é frágil. Como não podemos perder tempo com o que não vale a pena. Como nos irritamos sem razão. Como precisamos fazer o que nos faz bem. Como precisamos estar perto de quem a gente gosta. Como precisamos viver intensamente. Como cada sorriso é importante. Como todo abraço deve ser apertado. Como cada olhar deve ser sincero. Como as palavras devem ser ditas. Como o agora é tão importante quanto o que já foi e o que vai ser. Incrivel como momentos como esse fazem a gente diminuir a velocidade e aproveitar mais a viagem mesmo com lágrimas nos olhos e tudo.

Smile!!!!

"Deus nos dá pessoas e coisas,
para aprendermos a alegria...
Depois, retoma coisas e pessoas
para ver se já somos capazes da alegria
sozinhos...
Essa... a alegria que ele quer"

Guimarães Rosa

Novamente Amelie


Quem me conhece um pouquinho, sabe da minha enorme admiração por uma personagem peculiar. Há quem a considere sem graça. Há quem a julgue um exemplo. E faço parte desse segundo seleto grupo, repleto de admiradores dessa pequena grande mulher. Estou falando da Amelie, da Amelie Poulain, aquela que sempre me serve de inspiração em dias de chuva.

E procurando por ela no Google, achei uma resenha muito interessante do filme, feita pelo Olavo Duarte, o Menino Homem. Olha que bacana....


“Caixinha de Surpresas”: Uma resenha de “O Fabuloso Destino de Amélie Poulain”.

Por Olavo Duarte

Atenção : este texto contém "spoilers", revelações sobre o enredo do filme. Se você ainda não o assistiu, fica a seu critério prosseguir ou não na leitura.
O que você faria se encontrasse uma caixa cheia de objetos que pertenceram a uma criança que morou no seu apartamento a quarenta anos atrás? Talvez você não desse importância nenhuma ao fato. Coisa sem valor, você diria. Mas se seu nome é Amélie Poulain e você é a protagonista do ótimo “O Fabuloso Destino de Amélie Poulain” (Le Fabuleux destin d'Amélie Poulain, 2001, direção de Jean Pierre Jeunet, com Audrey Tautou e Mathieu Kassowitz) encontrar o dono da tal caixinha torna-se uma missão. Amélie vive só em um pequeno apartamento alugado no simpático bairro parisiense de Montmartre e trabalha como garçonete numa cafeteira do bairro, o Deux Moulins. Nada de mais extraordinário acontece na vida da sonhadora e tímida Amélie, a não ser a convivência com os esquisitos freqüentadores do botequim. Uma é hipocondríaca e atende numa pequena banca de cigarros. Um vive vigiando a vida da ex-namorada que também trabalha na cafeteira. Outro é um escritor fracassado e melancólico; outro é... era de se esperar que no meio de tanta gente maluca, absurdamente solitária e desencantada, não poderíamos ser brindados nunca com um grande filme. Mas somos. Amélie já não vem de um prognóstico familiar muito promissor: seu pai, Raphaël Poulain, vive recluso na periferia de Paris desde a morte da mulher e prefere a companhia de um anão de jardim a de outros seres humanos. Quando criança, Amélie nunca tivera muito contato com o mundo exterior. Seu único “amigo” era um peixinho de aquário chamado “Cachalote”. Trancada em casa, sem amigos, desenvolve uma prodigiosa imaginação, uma visão poética do mundo que ela carrega nas malas quando decide sair de casa aos dezoito anos e ganhar a vida por conta própria. Até o episódio da caixinha de brinquedos, sua vida transcorre sem grandes acontecimentos. Decidida a encontrar o dono dos objetos, ela sai procurando pelas ruas de Paris um tal Bredoteau. Ela pergunta o endereço para o dono de uma quitandinha na rua, Collignon (Urban Cancellier), um sujeito desprezível e mal-educado, que sublima a sua frustração com tudo e todos humilhando o empregado Lucien (Jamel Debbouze). Mas a procura parece caminhar para o fracasso até que Amélie esbarra com mais um inusitado personagem: o velho do apartamento ao lado, outro recluso e solitário parisiense chamado Raymond Dufayel (Serge Merlin), um obscuro pintor, portador de uma doença óssea rara que o torna frágil como um graveto. Dufayel, conhecido como “homem de vidro”, é obcecado por uma obra de Renoir chamada “Almoço com Barqueiros” e, mais especificamente, com a personagem que ocupa o centro da composição, uma jovem com um copo d’água (veja a figura acima) não por acaso muito parecida com nossa heroína.

O homem de vidro dá a Amélie a chave do enigma: o homem que procurava não é “Bredoteau” e sim, “Bretodeau”, com “to” e não “do”, como em “toto”.
Enfim, Amélie tinha a chance de mudar a história. Sem se deixar ver, ela provoca uma reviravolta na vida do desiludido Bretodeau. A na sua própria. Na do espectador também.
A partir dessa quase banal fatalidade, Amélie passa a se interessar pelo cotidiano das pessoas a sua volta e, sempre anonimamente e com estratagemas geniais, interferir nos pequenos – e grandes - dramas dessas pessoas. Assim, Amélie não vê problemas e obstáculos em copiar as chaves do apartamento do malvado Collignon e vingar, com requintes de crueldade, as humilhações que este impõe ao pobre Lucien, coisas do tipo trocar a pasta de dente do cara por um creme para pés, botar o relógio para despertar às quatro da manhã, fazer de um prosaico abajur uma verdadeira máquina de eletrochoque. Afinal, se depender da nossa amiguinha, ninguém sofre, ninguém vive só, ninguém é humilhado. Tanto é assim que ela chega a inventar que a tal hipocondríaca, Georgette (Isabelle Nanty) está interessada no ciumento Joseph (Dominique Pinon) – o que vive vigiando a rotina da ex-namorada. A vida no monótono Deux Moulins nunca mais será a mesma. E ninguém sabe quem foi o anjo da guarda que está causando tantas revoluções, juntando pessoas, encontrando caixas perdidas, vingando o sofrimento alheio. E ela está bem ali, aquele rostinho tímido e inocente. E ninguém sabe também que a própria Amélie se refugia na solidão e não está feliz por causa disso. Ela própria, a despeito de fazer a felicidade de todo mundo, está se sentindo só, não espera encontrar ninguém com quem dividir seu famoso bolo de nozes, ninguém para chegar em casa e abrir a porta, ninguém para brincar com seu gato.
Mas ela não sabe que um belo dia, não sem antes, como de costume, “fazer o bem sem olhar a quem” ela se atrasa no serviço e não consegue chegar no metrô em tempo de pegar o último trem pra casa. Bom, o jeito é achar um lugar pra dormir. Logo ali tem uma cabine de foto, dessas automáticas. A noite, é claro, não é das melhores. Só que o acaso, sempre ele, tem um efeito devastador na vida de qualquer ser humano. Quem poderia adivinhar que no caminho ela ia dar de cara com o esquisito Nino Quincampoix (Mathieu Kassovitz), remexendo embaixo da cabine com uma régua e recolhendo pedaços de fotos rasgadas? Fora esse estranhamento inicial, Amélie não teria visto de novo jamais o rapaz se por uma irresistível curiosidade não a levasse a segui-lo: no caminho, Nino perde acidentalmente uma bolsa e – claro e de novo – o destino fabuloso calha de colocá-la nas mãos de nossa heroína. Rever o cara torna-se mais uma das obsessões de Amélie. Só que ela quer negar pra si mesma que é um tal de “amor a primeira vista”, coisa em que ninguém mais acredita hoje em dia. Todos nós sabemos que ela se apaixonou de imediato pelo sujeito, com quem parece compartilhar a estranhice. Só loucos mesmo colecionam fotos rasgadas 3x4 de estranhos metodicamente reconstituídas e coladas em ordem cronológica e geográfica. Só loucos mesmo trabalham de balconista numa sex-shop e, às quartas, num trem-fastasma (a cena mais sensual e linda do filme). Nino é o par perfeito de Amélie. Só que Nino também ignora quem é a moça que anonimamente – de novo – faz chegar a suas mãos o tal álbum. E arde de curiosidade – apaixonada como tudo que é mistério – em conhecê-la. Só que a garota coloca o cara num labirinto e dá uma de Ariadne às avessas: mais confunde e propõe enigmas do que tenta resolvê-los para tranqüilizar a si mesma e a seu ansioso coração. Assim, o jogo de gato e rato envolve todos os personagens da história: o “homem de vidro”, o garoto Lucien, a colega de Nino na sex-shop (Eva) e outros anônimos, todos dão sua parcela de contribuição para aproximar o casal. Dessa vez, não é Amélie que se envolve com os problemas do mundo, mas é o mundo quem se encarrega de dar o caminho para Amélie passar. E levá-la aos braços de seu Nino.
Tudo bem, parece sim – e é – uma historinha água-com-açúcar –feita sob medida para românticos – mas qual é o problema? Críticos carrancudos a chamaram de “Madre Teresa” made in Paris. Num tempo em que o “my, myself and I” é a regra, uma pessoa que entrega o coração aos estranhos é mesmo um alienígena. Ainda mais se a pessoa em questão se sente só contra o mundo: a tentação é de encarar tudo com raiva, de jogar na cara dos outros a própria incompetência afetiva, a frustração amorosa, o fracasso profissional. Poucos devolvem em ternura, em afeto a cara feia do mundo exterior. Poucos inventam cartas de amor para juntar dois desconhecidos, poucos ajudam um cego a “ver” a rua. Amélie Poulain é a prova – ainda que ficcional – de que o mundo tem jeito. Bastam um pouquinho de imaginação, cola, papel e tesoura. E uma caixinha de metal enferrujada. Não é muito difícil ser feliz."

AMO MUITO! QUEM NÃO VIU, VÁ CORRENDO VER! E QUEM JÁ VIU, VALE A PENA VER DE NOVO!É DE LONGE O MEU PREDILETO!

terça-feira, 19 de maio de 2009

Ahhhh, Clarice ... !

" Rifa-se um coração

Rifa-se um coração quase novo.
Um coração idealista.
Um coração como poucos.
Um coração à moda antiga.
Um coração moleque que insiste
em pregar peças no seu usuário.
Rifa-se um coração que na realidade está um
pouco usado, meio calejado, muito machucado
e que teima em alimentar sonhos e cultivar ilusões.
Um pouco inconseqüente que nunca desiste
de acreditar nas pessoas.
Um leviano e precipitado coração
que acha que Tim Maia
estava certo quando escreveu...
"...não quero dinheiro, eu quero amor sincero,
é isso que eu espero...".
Um idealista...Um verdadeiro sonhador...
Rifa-se um coração que nunca aprende.
Que não endurece, e mantém sempre viva a
esperança de ser feliz, sendo simples e natural.
Um coração insensato que comanda o racional
sendo louco o suficiente para se apaixonar.
Um furioso suicida que vive procurando
relações e emoções verdadeiras.
Rifa-se um coração que insiste em cometer
sempre os mesmos erros.
Esse coração que erra, briga, se expõe.
Perde o juízo por completo em nome
de causas e paixões.
Sai do sério e, às vezes revê suas posições
arrependido de palavras e gestos.
Este coração tantas vezes incompreendido.
Tantas vezes provocado.
Tantas vezes impulsivo.
Rifa-se este desequilibrado emocional
que abre sorrisos tão largos que quase dá
pra engolir as orelhas, mas que
também arranca lágrimas
e faz murchar o rosto.
Um coração para ser alugado,
ou mesmo utilizado
por quem gosta de emoções fortes.
Um órgão abestado indicado apenas para
quem quer viver intensamente.
Contra indicado para os que apenas pretendem
passar pela vida matando o tempo,
defendendo-se das emoções.
Rifa-se um coração tão inocente
que se mostra sem armaduras
e deixa louco o seu usuário.
Um coração que quando parar de bater
ouvirá o seu usuário dizer
para São Pedro na hora da prestação de contas:
"O Senhor pode conferir. Eu fiz tudo certo,
só errei quando coloquei sentimento.
Só fiz bobagens e me dei mal
quando ouvi este louco coração de criança
que insiste em não endurecer e,
se recusa a envelhecer".
Rifa-se um coração, ou mesmo troca-se por
outro que tenha um pouco mais de juízo.
Um órgão mais fiel ao seu usuário.
Um amigo do peito que não maltrate
tanto o ser que o abriga.
Um coração que não seja tão inconseqüente.
Rifa-se um coração cego, surdo e mudo,
mas que incomoda um bocado.
Um verdadeiro caçador de aventuras que ainda
não foi adotado, provavelmente, por se recusar
a cultivar ares selvagens ou racionais,
por não querer perder o estilo.
Oferece-se um coração vadio,
sem raça, sem pedigree.
Um simples coração humano.
Um impulsivo membro de comportamento
até meio ultrapassado.
Um modelo cheio de defeitos que,
mesmo estando fora do mercado,
faz questão de não se modernizar,
mas vez por outra,
constrange o corpo que o domina.
Um velho coração que convence
seu usuário a publicar seus segredos
e a ter a petulância de se aventurar como poeta".

Clarice Lispector

quinta-feira, 14 de maio de 2009

Desmitificando...

Tela Nua.
Caderno em branco.
Vestido passado, pronto pra festa.
Carro com cheiro de novo.
Beijo gostoso.

Festa!
Cama quentinha.
Prazer!
Paris!

Sol de primavera.
Arte.
Vida.
Amor.
Sonhar acordada.
Criar...

ACREDITAR!

Pensamento do dia

O exercício da escrita torna-me senhora das minhas idéias por que revela ao mundo real o poder dos meus pensamentos, tornando possível o enraizamento em mim de ideologias e, consequentemente, o mergulho na máxima: ser o que sente!

BoRogOdÓ !!!!

AMOR!ALEGRIA!SORTE!ENCANTAMENTO!MAGIA! ALTERIDADE!OTIMISMO!PAZ!CONTENTAMENTO!FORÇA!DELICADEZA! AFINIDADE! ALTRUÍSMO!CONFIANÇA!LIBERDADE!CORAGEM!HUMILDADE!DESPREENDIMENTO!ESPERANÇA!
FÉÉÉÉÉÉÉ !!!!!!!!!!!!!!!

terça-feira, 5 de maio de 2009

A Fronteira da Alvorada


Seguindo a inspiração dos últimos posts, me lembrei que outro dia assisti ao filme francês “ A Fronteira da Alvorada”, de Philippe Garrel. Apesar da escolha do filme não ter sido feita previamente, super valeu a pena por que Garrel novamente me fez pensar.

O cinema de Garrel é, acima de tudo, um cinema de situações, de pedaços desgarrados de tempo e espaço, de impressões, delírios, indecisões, medos, indefinições, prazeres; assim como é o conjunto de momentos contraditórios que constituem a vida; assim como são as muitas relações efêmeras que, apesar da volatilidade, não deixam de ter grande importância; assim como são as arapucas insanas que volta e meia nos prendemos sem que nem mesmo nos sintamos prisioneiros. Garrel me fez perceber que o medo pode se tornar prisão perpétua apesar da opção pela liberdade permanecer disponível por todo o sempre.

Ok, ok. O filme é denso e profundo (talvez muitos não gostem tanto) mas vale a pena ser visto por todos que reconhecem medos, inseguranças mas, acima de tudo, a vontade de mudar.

That´s it!

"A afinidade nasce da escolha e nunca se corta esse cordão umbilical, e a menos que a escolha seja reafirmada diariamente e novas acções continuem a ser empreendidas para a confirmar, a afinidade vai definhando, murchando e deteriorando-se até se desintegrar. A intenção de manter a afinidade viva e saudável prevê uma luta diária e uma vigilância sem descanso. Para nós, os habitantes deste líquido mundo moderno que detesta tudo o que é sólido e durável, tudo que não se ajusta ao uso instantâneo nem permite que se ponha fim ao esforço, tal perspectiva supera toda a capacidade e vontade de negociação".

Amor Líquido. Zygmunt Bauman, 2003.

segunda-feira, 4 de maio de 2009

Amor líquido?



Que seja doce e firme,
honesto e audaz,
batalhador e humano.

Que acredite na verdade do olhar,
na grandeza da fé,
na magia do amor.

Saiba viver o presente como um presente.
Conquiste no dia a dia.
Aprecie diferenças, de credo a sabores.
Ame arte, viajar, novas culturas.
Reconheça o gosto doce de lágrimas de alegria.
Compreenda a sabedoria de ser humilde diante da vastidão do universo.
Mantenha em si a criança da infância.
Brinque.
Cante no chuveiro.
Dance de frente para o espelho.
Saiba estar só. E bem.
Aprecie o silêncio.
Não se intimide com o medo.
Vivencie o prazer com a curiosidade de uma criança.
E traga no peito a lucidez, mesmo que momentânea, de ver em mim aquela que se quer para sempre ao lado.

(Foto: Gil Blank)