sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

Borbulhando criatividade!

Há tempos não venho sentindo nem cosquinha daquela minha velha criatividade que outrora arrebatou meu sossego! Mas hoje, enfim, senti as tão desejadas cosquinhas ao recordar as obras de uma artista plástica que passei a conhecer ao acaso, Isabelle Tuchband.

O colorido, unido ao encantamento que ela consegue estampar em todas as suas obras, me fez recordar da sensação boa que me traz pintar. Saudade de me sujar de tinta; de iniciar uma tela sem saber ao certo onde chegaria e ao final amar o resultado colorido; saudade daquelas noites angustiantemente sadias.

Sinto necessidade de voltar a pintar. Criatividade fervilha por aqui!

Prometo providenciar uma tela em branco pra colorí-la com todo esse sentimento que esta me fazendo brotar criatividade novamente.


E tal fato merece um VIVAAAA! :)

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Reflexão do dia

"As pessoas dividem-se entre aquelas que poupam como se vivessem para sempre e aquelas que gastam como se fossem morrer amanhã."

Aristóteles

sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Uma homenagem à nossa grande paciência! :)

Amar = Exercício de Paciêcia

Paciência para escutar; Paciência para entender; Paciência para esperar o tempo do outro; Paciência para tolerar; Paciência para não insistir; Paciência para relevar; Paciência para ceder; Paciência para não estourar; Paciência para a monotonia; Paciência para dividir; Paciência para esquecer; Paciêncai para se doar; Paciência para retomar; Paciência para se dedicar; Paciência para respeitar; Paciência para compreender; Paciência para fazer o amor crescer; Paciência para não desistir; Paciência para acreditar; Paciência, Paciência, Paciência.

"Para a arte de viver, é preciso saber a arte de ouvir, sorrir e ter paciência... sempre."
Hermann Hesse

"Paciência só para o que importa de verdade. Paciência para ver a tarde cair. Paciência para sorver um cálice de vinho. Paciência para a música e para os livros. Paciência para escutar um amigo. Paciência para aquilo que vale nossa dedicação."
Martha Medeiros

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Tenis x Frescobol

Depois de muito meditar sobre o assunto concluí que os casamentos são de dois tipos: há os casamentos do tipo tênis e há os casamentos do tipo frescobol. Os casamentos do tipo tênis são uma fonte de raiva e ressentimentos e terminam sempre mal. Os casamentos do tipo frescobol são uma fonte de alegria e têm a chance de ter vida longa.

Explico-me. Para começar, uma afirmação de Nietzsche, com a qual concordo inteiramente. Dizia ele: ‘Ao pensar sobre a possibilidade do casamento cada um deveria se fazer a seguinte pergunta: ‘Você crê que seria capaz de conversar com prazer com esta pessoa até a sua velhice?\’ Tudo o mais no casamento é transitório, mas as relações que desafiam o tempo são aquelas construídas sobre a arte de conversar.’

Xerazade sabia disso. Sabia que os casamentos baseados nos prazeres da cama são sempre decapitados pela manhã, terminam em separação, pois os prazeres do sexo se esgotam rapidamente, terminam na morte, como no filme O império dos sentidos. Por isso, quando o sexo já estava morto na cama, e o amor não mais se podia dizer através dele, ela o ressuscitava pela magia da palavra: começava uma longa conversa, conversa sem fim, que deveria durar mil e uma noites. O sultão se calava e escutava as suas palavras como se fossem música. A música dos sons ou da palavra – é a sexualidade sob a forma da eternidade: é o amor que ressuscita sempre, depois de morrer. Há os carinhos que se fazem com o corpo e há os carinhos que se fazem com as palavras. E contrariamente ao que pensam os amantes inexperientes, fazer carinho com as palavras não é ficar repetindo o tempo todo: ‘Eu te amo, eu te amo…’ Barthes advertia: ‘Passada a primeira confissão, ‘eu te amo\’ não quer dizer mais nada.’ É na conversa que o nosso verdadeiro corpo se mostra, não em sua nudez anatômica, mas em sua nudez poética. Recordo a sabedoria de Adélia Prado: ‘Erótica é a alma.’

O tênis é um jogo feroz. O seu objetivo é derrotar o adversário. E a sua derrota se revela no seu erro: o outro foi incapaz de devolver a bola. Joga-se tênis para fazer o outro errar. O bom jogador é aquele que tem a exata noção do ponto fraco do seu adversário, e é justamente para aí que ele vai dirigir a sua cortada – palavra muito sugestiva, que indica o seu objetivo sádico, que é o de cortar, interromper, derrotar. O prazer do tênis se encontra, portanto, justamente no momento em que o jogo não pode mais continuar porque o adversário foi colocado fora de jogo. Termina sempre com a alegria de um e a tristeza de outro.

O frescobol se parece muito com o tênis: dois jogadores, duas raquetes e uma bola. Só que, para o jogo ser bom, é preciso que nenhum dos dois perca. Se a bola veio meio torta, a gente sabe que não foi de propósito e faz o maior esforço do mundo para devolvê-la gostosa, no lugar certo, para que o outro possa pegá-la. Não existe adversário porque não há ninguém a ser derrotado. Aqui ou os dois ganham ou ninguém ganha. E ninguém fica feliz quando o outro erra – pois o que se deseja é que ninguém erre. O erro de um, no frescobol, é como ejaculação precoce: um acidente lamentável que não deveria ter acontecido, pois o gostoso mesmo é aquele ir e vir, ir e vir, ir e vir… E o que errou pede desculpas; e o que provocou o erro se sente culpado. Mas não tem importância: começa-se de novo este delicioso jogo em que ninguém marca pontos…

A bola: são as nossas fantasias, irrealidades, sonhos sob a forma de palavras. Conversar é ficar batendo sonho pra lá, sonho pra cá…

Mas há casais que jogam com os sonhos como se jogassem tênis. Ficam à espera do momento certo para a cortada. Camus anotava no seu diário pequenos fragmentos para os livros que pretendia escrever. Um deles, que se encontra nos Primeiros cadernos, é sobre este jogo de tênis:

‘Cena: o marido, a mulher, a galeria. O primeiro tem valor e gosta de brilhar. A segunda guarda silêncio, mas, com pequenas frases secas, destrói todos os propósitos do caro esposo. Desta forma marca constantemente a sua superioridade. O outro domina-se, mas sofre uma humilhação e é assim que nasce o ódio. Exemplo: com um sorriso: ‘Não se faça mais estúpido do que é, meu amigo\’. A galeria torce e sorri pouco à vontade. Ele cora, aproxima-se dela, beija-lhe a mão suspirando: ‘Tens razão, minha querida\’. A situação está salva e o ódio vai aumentando.’

Tênis é assim: recebe-se o sonho do outro para destruí-lo, arrebentá-lo, como bolha de sabão… O que se busca é ter razão e o que se ganha é o distanciamento. Aqui, quem ganha sempre perde.

Já no frescobol é diferente: o sonho do outro é um brinquedo que deve ser preservado, pois se sabe que, se é sonho, é coisa delicada, do coração. O bom ouvinte é aquele que, ao falar, abre espaços para que as bolhas de sabão do outro voem livres. Bola vai, bola vem – cresce o amor… Ninguém ganha para que os dois ganhem. E se deseja então que o outro viva sempre, eternamente, para que o jogo nunca tenha fim…

Rubem Alves (O retorno e terno, p. 51.)


"Confiar-se... confiando"

Amor e Ciúme

Ciúme e amor... convivência complicada,
Que nos deixa com a vida transtornada,
E na alma, marcas de decepção.

Se um pouquinho de ciúme aquece a chama
O excesso certamente esparrama
A discórdia, o desamor, desunião.

É o amor sinal maior de altruísmo,
Mas o ciúme exacerba o egoísmo
Que viceja em corações atormentados.

Se o amor se baseia em confiança,
O ciúme interrompe a bonança
Que faz felizes os seres enamorados.

Diz o ditado pra se dormir de olho aberto,
Especialmente quando não se está por perto,
E que se deve confiar... desconfiando...

Mas para a dor do ciúme espantar,
Se desejarmos realmente amor provar,
É preferível confiar-se... confiando!







Oriza Martins