segunda-feira, 31 de maio de 2010

Simplesmente em paz. Bom demais!

FELIZ POR NADA
(Martha Medeiros)

Geralmente, quando uma pessoa exclama Estou tão feliz!, é porque engatou um novo amor, conseguiu uma promoção, ganhou uma bolsa de estudos, perdeu os quilos que precisava ou algo do tipo. Há sempre um porquê. Eu costumo torcer para que essa felicidade dure um bom tempo, mas sei que as novidades envelhecem e que não é seguro se sentir feliz apenas por atingimento de metas. Muito melhor é ser feliz por nada.
Digamos: feliz porque maio recém começou e temos longos oito meses para fazer de 2010 um ano memorável. Feliz por estar com as dívidas pagas. Feliz porque alguém o elogiou. Feliz porque existe uma perspectiva de viagem daqui a alguns meses. Feliz porque você não magoou ninguém hoje. Feliz porque daqui a pouco será hora de dormir e não há lugar no mundo mais acolhedor do que sua cama.
Esquece. Mesmo sendo motivos prosaicos, isso ainda é ser feliz por muito.
Feliz por nada, nada mesmo?
Talvez passe pela total despreocupação com essa busca. Essa tal de felicidade inferniza. "Faça isso, faça aquilo". A troco? Quem garante que todos chegam lá pelo mesmo caminho?
Particularmente, gosto de quem tem compromisso com a alegria, que procura relativizar as chatices diárias e se concentrar no que importa pra valer, e assim alivia o seu cotidiano e não atormenta o dos outros. Mas não estando alegre, é possível ser feliz também. Não estando "realizado", também. Estando triste, felicíssimo igual. Porque felicidade é calma. Consciência. É ter talento para aturar o inevitável, é tirar algum proveito do imprevisto, é ficar debochadamente assombrado consigo próprio: como é que eu me meti nessa, como é que foi acontecer comigo?
Pois é, são os efeitos colaterais de se estar vivo.
Benditos os que conseguem se deixar em paz. Os que não se cobram por não terem cumprido suas resoluções, que não se culpam por terem falhado, não se torturam por terem sido contraditórios, não se punem por não terem sido perfeitos. Apenas fazem o melhor que podem.
Se é para ser mestre em alguma coisa, então que sejamos mestres em nos libertar da patrulha do pensamento. De querer se adequar à sociedade e ao mesmo tempo ser livre. Adequação e liberdade simultaneamente? É uma senhora ambição. Demanda a energia de uma usina. Para que se consumir tanto?
A vida não é um questionário de Proust. Você não precisa ter que responder ao mundo quais são suas qualidades, sua cor preferida, seu prato favorito, que bicho seria. Que mania de se autoconhecer. Chega de se autoconhecer. Você é o que é, um imperfeito bem-intencionado e que muda de opinião sem a menor culpa.
Ser feliz por nada talvez seja isso.

sexta-feira, 28 de maio de 2010

Enfim... tranqüila!

Novamente recorro à minha forma real virtualizada para registrar, principalmente, a mim mesma que, enfim, voltei a perceber que o recomeço existe a cada novo dia. Há esperança. Há inspiração. Há aconchego. Há segurança. Há homeopatia! :) Há vida!

Os mais próximos sabem que andei por uns dias difíceis, vagando por entre medos, angústias e tristeza, mas, enfim, reconheço-os, verdadeiramente, como sentimentos necessários à reconstrução de todo ser à procura de autoconhecimento e de se tornar um ser humano melhor.

Sinto-me feliz exatamente onde estou, fazendo o que faço mas, principalmente, por manter à minha frente muitos, muitos sonhos. Sinto-me, declaradamente, e cada vez mais enraizado, uma sonhadora de carteirinha! Os sonhos me moverão para todo SEMPRE!

E que cheguem logo esses meus 30 anos tão esperados (mas ao mesmo tempo tão temidos, sei lá por qual razão)! E que venha a comemoração do jeitinho planejado: calma, simples e sem euforia, do jeitinho dessa nova ACGA 3.0.

Enfim, sinto-me feliz de novo; mas agora no meu novo cantinho!

Muito obrigada a todos que se mantiveram de mãos dadas comigo durante esses meses difíceis!

Amo vocês!

(Um agradecimento especial à Rose (mamãe querida!), Lídia, Pitty e Carol, Aleluia!!!)

terça-feira, 18 de maio de 2010

InspirAÇÃO!

Depois de um longo e tenebroso “inverno” criativo, eis que a inspiração reapareceu esta noite, em plena madrugada, arrebatando o meu sono e toda minha imaginação. Mas apesar da noite mal dormida, amanheci sem qualquer cansaço. Pelo contrário. Há tempos não abria os olhos com tanta vontade! Cheguei a me lembrar dos dias de passeio nos tempos de escola. Mas naquele tempo ainda não conhecia a delícia de ser empurrada da cama pela força de estar em pleno processo criativo. Quem não sentiu essa força, não sabe o seu poder regenerador. É algo avassalador, enebriante, comparável à sensação provocada por uma paixão arrebatadora, daquelas que entorpecem a alma. Sabe como é, né?! Delícia abrir os olhos com esse furor, motivada pelo ímpeto de trazer cor imaginária ao preto e branco da vida real.

E, de novo, mais uma vez e para sempre, PARA O ALTO E AVANTEEEEE! :)

Um VIVA à criatividade, às cores, à imaginação, à ARTE!

Obs: Em breve prometo postar fotos das minhas idéias materializadas.
Obs 1: Pitty, você foi fundamental a essa inspiração. Muito obrigada, amiga!

“Eu vivo à espera de inspiração com uma avidez que não dá descanso. Cheguei mesmo à conclusão de que escrever é a coisa que mais desejo no mundo, mesmo mais que amor.”

“O que verdadeiramente somos é aquilo que o impossível cria em nós.”

Clarice Lispector

terça-feira, 4 de maio de 2010

É isso!

Bia, MUITO obrigada por suas palavras! AMEI!

Pessoas se encontram e se perdem, mas não desaparecem.Algumas estão em falta, outras simplesmente fazem falta.Pessoas existem, outras co-existem. Umas muito dão, outras muito sugam.Algumas vivem, outras mofam, mas não desaparecem.Sim, umas definitivamente se encontram, outras, seguem buscando; ou se escondendo.Outras se acham e se perdem - de si; mas não desaparecem.A busca é de todos. O alvo muda, mas as escolhas dos caminhos, todos têm.Uns encontram, outros se perdem. De si. E a lição fica.Sei que as frases estão incompletas, como os ciclos da vida enquanto vivemos.Os ciclos não terminam. Nós podemos tentar um "desfecho", um ponto final. Eles podem até desaparecer, ao contrário das pessoas, mas não se perdem. Talvez nem possam ser encontrados, os tais ciclos. Eles vem e vão... voltam ou são engavetados. Ciclos são.Pessoas estão.Eu gostaria ser. Gosto estar, mas o pavor do definitivo neste caso me atrai. Não quero me perpetuar, mas quero marcar.Não quero apenas gerundiar. Sei que não desaparecerei. Me encontrarei e me perderei. Perderei pessoas que não desaparecerão e encontrarei outras que desejarei o desaparecimento- obviamente sem sucesso.Os ciclos são inevitáveis, já as pessoas não. E o grande lance é esse na verdade. Desvie de algumas, corra ao lado de outras, fique um pouco atrás de umas, corra bem à frente de certas outras.Escolha o teu caminho. Encontre, perca, mas não desapareça!