sábado, 6 de novembro de 2010

É ou não é?

"A vida, Senhor Visconde, é um pisca-pisca. A gente nasce, isto é, começa a piscar. Quem pára de piscar, chegou ao fim, morreu. Piscar é abrir e fechar os olhos - viver é isso. É um dorme e acorda, dorme e acorda, até que dorme e não acorda mais. [...] A vida das gentes neste mundo, senhor sabugo, é isso. Um rosário de piscados. Cada pisco é um dia.


Pisca e mama;

pisca e brinca;

pisca e estuda;

pisca e ama;

pisca e cria filhos;

pisca e geme os reumatismos;

por fim pisca pela última vez e morre.

- E depois que morre? - perguntou o Visconde.

- Depois que morre, vira hipótese. É ou não é? "

(Monteiro Lobato- Memórias da Emília.)

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Lindo!

" E se o tempo levar você

E um dia eu te olhar e não te reconhecer

E se o romance se desconstruir

Perder o sentido

E eu me esquecer por ai


Mas nós somos um quadro de Klint

“O Beijo” para sempre fagulhando em cores

Resistindo a tudo seremos

Dois velhos felizes

De mãos dadas numa tarde de sol

Pra sempre"


Vanessa da Mata


OBS: Vou correndo comprar o álbum novo dela hoje mesmo. As letras são incríveis!!!

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Crônica da Loucura

Enfim, voltei. E em meio ao corre corre do retorno ao trabalho, não resisti em dar uma passadinha por aqui para postar um texto que recebi hoje, do Mario Prata, da louca mais louca de todas (rs!). Na verdade, esse texto é uma singela homenagem às minhas loucuras criativas que tanto me fazem aprender com a vida! Isso porque tenho colocado lente de aumento em todas elas e procurado extrair tudo o que de melhor (e de pior) elas podem me mostrar. Muitas vezes doeu, mas hoje já estou sendo capaz de reconhecê-las com antecendência e até dar boas gargalhadas delas quando elas teimam em vir à tona. É aquele velho lema: "olhar a vida com olhos de aprendiz...".

Obrigada, queridíssima! :) Mais uma vez.

 " O melhor da terapia é ficar observando os meus colegas loucos.Existem dois tipos de loucos.O louco propriamente dito e o que cuida do louco: o analista, o terapeuta, o psicólogo e o psiquiatra. Sim,somente um louco pode se dispor a ouvir a loucura de seis ou sete outros loucos todos os dias, meses, anos.Se não era louco, ficou.
Durante quarenta anos, passei longe deles.Pronto, acabei diante de um louco, contando as minhas loucuras acumuladas. Confesso, como louco confesso, que estou, adorando estar louco semanal.
O melhor da terapia é chegar antes,alguns minutos e ficar observando os meus colegas loucos na sala de espera.Onde faço minha terapia é uma casa grande com oito loucos analistas.Portanto ,a sala de espera tem sempre tres ou quatro ali, ansiosos, pensando na loucura que vão dizer dali a pouco. Nimguém olha para ninguém.O silencio é uma loucura. E eu, como escritor, adoro observar pessoas, imaginar os nomes, a profissão, quantos filhos tem, se são rotarianos ou leoninos,corintianos ou palmeirenses. Acho que todo escritor gosta desse brinquedo, no mínimo , criativo.
É a sala de espera de um "consultório médico", como diz a atendente absolutamente normal( apenas uma pessoa normal lê tanto Paulo Coelho como ela), é um prato cheio para um louco escritor como eu.Senão, vejamos:
Na última quarta feira, estávamos eu, um crioulinho muito bem vestido, um senhor de uns cinquenta anos e uma velha gorda.Comecei, é claro, imediatamente a imaginar ,qual seria o problema da cada um deles? Não foi difícil , porque eu já partia do princípio que todos eram loucos, como eu. Senão não estariam ali, tão cabisbaixos e ensimesmados.
O pretinho , por exemplo. Claro que a cor, num pais racista como o nosso, deve ter contribuido muito para leva-lo até aquela poltrona de vime. Deve gostar de uma branca, e os pais dela não aprovam o casamento, pensei.Ou será que não conseguiu entrar como sócio do "Harmonia do Samba"? Notei que o tenis estava um pouco velho. Problema de ascensão social, com certeza. O olhar dele era triste , cansado.

Comecei a ficar com pena dele. Depois notei que ele trazia uma mala. Podia ser o corpo da namorada esquartejada lá dentro.Talvez apenas a cabeça. Devia ser um assassino, ou suicida, no mínimo. Podia ter também uma arma lá dentro. Podia ser perigoso. Afastei-me um pouco dele no sofá.Ele dava olhadas furtivas para dentro da mala assassina.
E o senhor de terno preto, gravata, meias e sapatos também pretos? Como ele estava sofrendo, coitado.Ele disfarçava , mas notei que tinha um pequeno tique no olho esquerdo. Corno, na certa. E manso. Corno manso sempre tem tiques. Já notaram? Observo as mãos. Roinha as unhas. Insegurança total, medo de viver. Filho drogado? Bem provável. Como era infeliz esse meu personagem. Uma hora tirou o lenço e eu já estava esperando as lágrimas quando ele assoou o nariz violentamente, interrompendo o Paulo Coelho da outra.Faltava um botão na camisa. Claro, abandonado pela esposa. Devia morar num flat, pagar caro, devia ter dívidas astronômicas. Homossexual? Acho que não. Ninguém beijaria um homem com um bigode daqueles. Tingido.
Mas a melhor, a mais doida, era a louca gorda e baixinha. Que bunda imensa. Como sofria, meu Deus. Bastava olhar no rosto dela. Não devia fazer amor há mais de trinta anos.Será que se masturbaria? Será que esse era o problema dela? Uma velha masturbadora? Não! Tirou um terço da bolsa e começou a rezar. Meu Deus, o caso é mais grave do que eu pensava. Estava no quinto cigarro em dez minutos.Tensa .Coitada.O que deve ser dos filhos dela? Acho que os filhos não comem a macarronada dela há dezenas e dezenas de domingos.Tinha cara também de quem mentia para o analista. Minha mãe rezaria uma Salve Rainha por ela, se a conhecesse.
Acabou o meu tempo. Tenho que ir conversar com o meu psicanalista.

Conto para ele a minha viagem na sala de espera. Ele ri, ri muito , o meu psicanalista.

-O Ditinho é o nosso office boy. O de terno preto é representante de um laboratório multinacional de remédios lá no Ipiranga e passa aqui uma vez por mes com as novidades. E a gordinha é a Dona Dirce, a minha mãe. E você não vai ter alta tão cedo!"

Mario Prata

terça-feira, 21 de setembro de 2010

Férias!


A vida vai bem, obrigada. Eu poderia dizer sinceramente. Mas acontece que nem isso é tão simples assim: sinto um certo incomodo em estar tudo verdadeiramente bem, sem nem um probleminha sequer pra se preocupar. Sei que é louco dizer isso mas após anos mergulhada numa vida repleta de confusão, estar com tudo em ordem soa esquisito. Que insano isso?! Acho que rola um pouco de culpa... Eu, hein!!!! Freud deve explicar...

Mas talvez em um outro momento eu tenha dado vazão, mesmo sem perceber, à criação de novos problemas em tempos de calmaria; mas já basta. A minha onda agora é realmente curtir minha paz, em meio à sombra e água fresca. E por falar nisso, vou indo nessa... Tenho que olhar as estrelas, ficar de pé no chão, comer muito camarão e tomar cerveja gelada imersa nas águas cristalinas da Lagoa Azul... Ai, ai.... Só penso na sensação que vou sentir ao deitar na rede aí da foto... Putz, vai ser tudo!

Bye, bye! Até a volta.


quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Numa segunda-feira qualquer de quase primavera...

Hoje seria um dia em que gostaria de ter “aquela” boa companhia para jantar em casa, ver tv, ficar quieto junto, cada um no seu mundinho particular. Não queria fazer nada demais não. Só queria sentir a presença "daquela" pessoa querida ao lado, em plena segunda-feira cotidiana, em que se chega cansado do trabalho e tudo o que se quer é fazer nada. Desejo simples e complexo esse.

Complexo porque compartilhar uma segunda-feira cotidiana não é para qualquer um e, muito menos, com qualquer um. Verdade seja dita.
Apesar de já fazer uns bons anos que não sei o que é isso, a experiência vivida me deixou um bom legado, acredito sinceramente. Tanto é que consigo reconhecer que a mesma vontade que me motivou a escrever esse post, um dia foi a grande vilã de uma estória que tinha tudo para dar certo, em teoria. Quem já viveu uma vida a dois sabe como o cotidiano pode ser cruel.

E o pior é que, ao que me parece, o mais provável é que a rotina a dois, em qualquer relação, naturalmente tende a se tornar monótona, mesmo com muito amor. Quiçá com pouco! Mas e aí? Faz como?

Na verdade fazia tempo que não me lembrava dessa sensação com tanta clareza. E está sendo bom. Bom porque me fez reconhecer que por detrás da minha declarada vontade de vivenciar novamente uma relação de maior proximidade, que possibilitaria (também em teoria) realizar o meu desejo do dia, há uma gama de “coadjuvantes” que na hora de sonhar passam desapercebidos. Mas na vida real eles não se deixam passar desapercebidos. Pelo contrário. Têm grande destaque.
Até então, na minha mente sonhadora, todo dia deveria ser dia do mocinho beijar a mocinha, de dar-lhe flores, contagiá-la com mil e um papos interessantíssimos, recebê-la com o sorriso mais aberto e o melhor dos humores, etc, etc, etc. Mas é óbvio que o cotidiano mostra tudo o que de mais verdadeiro o outro pode oferecer: carinho, atenção, respeito, companheirismo, até ser mal-humorado, soltar pum, ser egoísta, não estar a fim de fazer a mesma coisa, não ter tempo livre, querer sair com os amigos, etc, etc, etc. É, vida a dois, definitivamente, não é fácil não.

E depois de ler muita Martha Medeiros, Arthur da Távola, Arnaldo Jabor e literaturas afins, ao longo dos meus exatos 15 anos de sonhos super ultra mega encantados, não tenho mais dúvida que as relações que dão certo são baseadas numa espécie de compartilhamento de concessões. Um concede aqui, outro ali, e aos poucos os dois vão encontrando uma forma de equilibrar vontades e expectativas. Putz, mas haja disposição, ainda mais em tempos de tanto imediatismo e conseqüente ansiedade!

Na verdade, acho que os avanços tecnológicos somados ao aumento do consumo, de uma forma geral, trouxeram sérias e irreversíveis mudanças na forma de se relacionar no mundo contemporâneo. Hoje o que se considera é se o outro atende de imediato às nossas vontades e expectativas. Se não atender, a gente tende a imediatamente virar a página e fazer a fila andar num curtíssimo espaço de tempo. E essa prática tem tornado as relações cada vez mais frágeis e voláteis, como bem insiste em dizer o meu já considerado amigo Zigmund Balman, tão mencionado por mim aqui em outros tempos. Prova disso é a quantidade avassaladora de casamentos que não chegam a completar nem um ano, o que não pode causar espanto diante desta nova realidade em que ninguém está disposto a aprender a conviver, a dividir rotina e regar a relação diariamente, com um agradinho aqui, outro ali, para fazer com que o amor floresça de verdade, em meio às chatices inevitáveis do cotidiano.

A verdade é que todos nós queremos ter o mesmo amor extraordinário que vemos na novela das oito, ao chegar em casa cansado numa segunda-feira cotidiana. E assim, mata-se qualquer chance de amor verdadeiro num curto espaço de tempo; enquanto isso, multiplicam-se solteiros sonhando com romances impossíveis.

O que se escuta dizer muito comumente por aí é que o primeiro ano é crucial. Ou vai ou racha. Ao se deparar com a primeira segunda-feira monótona, o que se faz é achar logo uma válvula de escape para se evitar situações cotidianas. Mas como fugir do cotidiano se uma hora ou outra ele irá aparecer trazendo consigo a tão temida monotonia, a mesmice, a falta de assunto, etc, etc, etc. E aí? O amor acaba? Todos os planos juntos vão por água abaixo? Será que existe uma fórmula para evitar que a monotonia se instaure na relação e extermine qualquer possibilidade de se enxergar um brilho nos olhos do outro em plena segunda-feira cotidiana?

Não acho que seja fácil construir uma relação duradoura, onde prevaleça ao menos a metade de tudo aquilo que a gente sonha, mas sou crédula quanto a tornar esse paraíso possível se os dois estiverem dispostos a rever conceitos, reiventar regras e caminhas de mãos dadas, munidos de uma única certeza: que um faz bem ao outro.

Bom, não sei se um dia irei me casar de novo (I hope so!) e construir a família que sonho desde pequenininha, mas hoje consigo enxergar a realidade de forma muito clara, apesar de volta e meia insistir em sonhar acordada com um romance impossível. Vida a dois não é mole não!

Mas a verdade é que sigo em busca de uma companhia especial que se identifique com o que estou dizendo e tenha energia disponível para compartilhar da disposição de dividir o silêncio de uma madrugada ou mesmo um agito de sábado à noite; que saiba expor sentimentos; ouvir e calar quando necessário; que esteja disposto a doar-se e a receber; que queira aprender a conviver, dia a dia, motivado pela vontade de aprender a compartilhar momentinhos cotidianos, mesmo que eles já estejam carimbados com a monotonia nossa de cada dia.

E mesmo os aventureiros dispostos a tentar ir adiante e enfrentar todos os desafios de uma vida a dois, ainda poderão se deparar frente a frente com a pior das solidões: a solidão a dois. E por já tê-la visto de perto, reconheço sua frieza, com todas as suas nuances, e, consequentemente, não duvido de sua temeridade.

E é por isso que, enquanto isso, na sala de justiça, em meio a tantas reflexões em meio a uma segunda-feira qualquer de quase primavera, vou vivendo mais esta noite solitária em muito boa companhia: a minha.

“ Que minha solidão me sirva de companhia;
Que eu tenha a coragem de me enfrentar.
Que eu saiba ficar com o nada
E mesmo assim me sentir
Como se estivesse plena de tudo”

Clarice Lispector

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Reflexões: Gudang Garam


Não fumo por paixão. Pelo contrário. Sou daqueles fumantes que odeia fumar. Que coisa mais insana! Sinceramente, não sei por que insisto em perpetuar esse hábito (já se vão mais de 10 anos...). Não gosto do cheiro, do gosto, do mal estar que normalmente causo aos que estão a minha volta. Mas sigo insistindo. Ato indubitavelmente insano mas que insisto em repetir toda vez que me sinto ansiosa, sozinha, preocupada ou, por qualquer razão, agoniada.

Há quem afirme com convicção que o cigarro é um amigo. E isso não poderia negar. Amiga ingrata eu jamais seria. É ele quem, invariavelmente, me faz companhia em momentos de reflexão ou noites insones, quando o pensamento extrapola a mente e vaga por entre minhas mil e uma curiosidades e divagações.

Espero em breve poder me libertar desse mal. Realmente sinto que estou passando dos meus limites físicos. O meu corpo pede arrego; mas por enquanto, ao menos por hoje e durante o tempo que escrevo esse post, sigo ainda nessa, mas cada vez mais imbuída daquela minha convicção mágica, que só eu conheço, de que o fim dos tempos do Gudang Garan na minha vida está chegando.

Amanhã vou ligar pro pneumologista. Vou usar adesivo, tomar mais um remedinho de homeopatia ou sei lá o quê. Vou banir esse hábito da minha vida. Fica aqui registrado esse compromisso que assumo comigo mesma.

Neste momento da minha vida e para todo o sempre, prometo não dar espaço a mais NADA que me faça mal nessa vida!

O meu destino está nas minhas mãos.

segunda-feira, 6 de setembro de 2010

Intimidade nossa de cada dia.

Em homenagem à melhor coisa de todo e qualquer relacionamento, a intimidade, dedico este post à poesia de Maria Rezende, que para mim é e sempre será um clássico.


Adoro pau mole.

Assim mesmo.

Não bebo mate,

não gosto de água de coco,

não ando de bicicleta,

não vi ET

e a-d-o-r-o pau mole.

 
Adoro pau mole

pelo que ele expõe de vulnerável e pelo que encerra de possibilidade.


Adoro pau mole

porque tocar um pressupõe a existência de uma intimidade e uma liberdade

que eu prezo e quero, sempre.

Porque ele é ícone do pós-sexo

(que é intrínseca e automaticamente

- ainda que talvez um pouco antecipadamente)

sempre um pré-sexo também.

Um pau mole é uma promessa de felicidade sussurrada baixinho ao pé do ouvido.

É dentro dele,

em toda a sua moleza sacudinte de massa de modelar,

que mora o pau duro e firme com que meu homem me come.

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Queda Prohibido - Pablo Neruda

Dividindo sonhos (e confabulações)

Pra quem não conhece (como eu), vale muito a pena conhecer um pouquinho do que é o Museu d'Orsay através de seu vídeo de apresentação >>> Musée d'Orsay: Overview. Sonhem junto comigo! :)

Aproveitando pra confabular...

Toda a beleza infinita do acervo do d'Orsey, especialmente o Expressionismo, é fruto de uma época de mudanças ideológicas, tal qual a que vivemos hoje em dia. Não tenho dúvidas que os nossos tempos deixarão legados em todas as vertentes artísticas; e, como não poderia deixar de ser, também nas artes plásticas. Mas nessa arte, apesar de ser grande admiradora, sou bastante ignorante. Se alguém puder me dar dicas de artistas contemporâneos, que amam COR e merecem destaque, agradecerei muitíssimo.

Gracias! Gracias!

Besitos felizes! :)

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Reinauguração!

Quando a gente cansa das roupas usadas, aquelas que já tem a forma do nosso corpo, como bem disse certa vez Alberto Caieiro, é hora de ousar fazer diferente, sentir diferente e quiçá, sonhar diferente. E, em respeito aos sábios conselhos do meu amigo poeta, resolvi mudar também o look desse meu cantinho aqui. E que bons fluidos me levem à outra margem do rio. Jamais ficarei à margem de mim. Disso eu posso ter absoluta certeza.

Jai Gurudev! Amém! Oh Nama Shivaia! Namastê! Hare Om!

Forever and ever

"Each morning when I open my eyes I say to myself: I, not events, have the power to make me happy or unhappy today, I can choose which it shall be. Yesterday is dead, tomorrow hasn't arrived yet. I have just one day, today and I'm going to be happy in it."

Amém!

Hoje comecei o dia de uma forma bem diferente e resolvi fazer um post também diferente, escrevendo sobre alguns pensamentos que me acompanharam pela manhã e estão ecoando até agora.

Hoje cedinho acompanhei minha mãe a um exame em que ela teve que ser cedada. Já a tinha acompanhado outra vez neste mesmo exame, mas com certeza jamais havia conseguido perceber a dimensão desse pequeno gesto de carinho.

Mas essa percepção não se tornou possível por si só, como ao certo não seria. Foi necessário um choque de realidade para compreender o óbvio.

Aconteceu o seguinte: estava com mommy quando de repente adentrou a saleta de repouso pós-exame uma mulher de seus 40 anos para acompanhar sua mãe. A filha, bem atrasada, encontrou a mãe, de aparência franzina e envelhecida, já prostrada numa cadeira; mesmo com a mãe quase desmaiada, já chegou a sacudindo, exclamando que precisava ir embora. A mãe nem notou, permanecendo inerte por mais alguns minutos. Eu, que aguardava minha mãe despertar, tive que avisá-la que era necessário aguardar mais alguns minutos para que o laudo pudesse ser concluído e a mãe se restabelecesse. Mas a filha não se conteve. Reclamou tanto, mas tanto, que forçou a mãe a despertar antes da hora e ir embora mesmo sem o laudo. Com certeza, a postura daquela filha soou absurda a todos os presentes na saleta. Ela não demonstrou o mínimo afeto e generosidade pela mãe. Nenhum mesmo. Aquela atitude, para mim, foi o exemplo contrário à forma ideal de se proceder com a pessoa que nos deu a vida, o que me fez refletir sobre muitas das minhas próprias ações.

Tenho plena consciência que muitas vezes me falta generosidade, especialmente com os meus entes mais próximos, mas não quero mais ser assim. Estou realmente disposta a fazer o exercício de aprender a canalizar o amor que mora em mim àqueles que de fato o merecem. Não vou mais desperdiçar o sentimento mais lindo que possuo. Não mesmo.

Esse acontecimento me fez pensar sobre as diferentes formas de se doar, de ser generoso, de dar amor, mostrar carinho, afeto. E, sinceramente, acho que é desse tipo de reflexão que o mundo de hoje mais precisa.

E, indo além, o episódio de hoje me fez reletir sobre envelhecer sozinho, sem uma companhia amiga para emprestar a mão em dias de labaroscopia. Acho que essa preocupação atordoa todo ser sentido. Ninguém no mundo gostaria de passar por uma situação dessas em má companhia...

PAPAI DO CÉU, não quero isso pra mim não, tá?! Pode registrar esse pedido aí! :)

Amém!

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Quem quase vive já morreu!


"Ainda pior que a convicção do não ou a incerteza do talvez, é a desilusão de um "quase". É o quase que me incomoda, que me entristece, que me mata trazendo tudo que poderia ter sido e não foi. Quem quase ganhou ainda joga, quem quase passou ainda estuda, quem quase morreu está vivo, quem quase amou não amou. Basta pensar nas oportunidades que escaparam pelos dedos, nas chances que se perdem por medo, nas idéias que nunca sairão do papel por essa maldita mania de viver no outono.
Pergunto-me, às vezes, o que nos leva a escolher uma vida morna; ou melhor, não me pergunto, contesto. A resposta eu sei de cor, está estampada na distância e frieza dos sorrisos, na frouxidão dos abraços, na indiferença dos "Bom dia", quase que sussurrados.

Sobra covardia e falta coragem até pra ser feliz. A paixão queima, o amor enlouquece, o desejo trai. Talvez esses fossem bons motivos para decidir entre a alegria e a dor ou sentir o nada, mas não são. Se a virtude estivesse mesmo no meio termo, o mar não teria ondas, os dias seriam nublados e o arco-íris em tons de cinza. O nada não ilumina, não inspira, não aflige nem acalma, apenas amplia o vazio que cada um traz dentro de si. Não é que fé mova montanhas, nem que todas as estrelas estejam ao alcance; para as coisas que não podem ser mudadas, resta-nos somente paciência; porém, preferir a derrota prévia à dúvida da vitória é desperdiçar a oportunidade de merecer.
Pros erros há perdão; pros fracassos, chance; pros amores impossíveis, tempo. De nada adianta cercar um coração vazio ou economizar alma. Um romance cujo fim é instantâneo ou indolor não é romance. Não deixe que a saudade sufoque, que a rotina acomode, que o medo impeça de tentar. Desconfie do destino e acredite em você. Gaste mais horas realizando que sonhando, fazendo que planejando, vivendo que esperando porque, embora quem quase morre esteja vivo, quem quase vive já morreu!!!

Sara Westephal Batista

domingo, 15 de agosto de 2010

Manteiga derretida SIMMMMMMM! :)

Gabi, não resisti.

LINDO TEXTO!

Que bom que a gente faz parte desse seleto grupo de manteiga derretida! :)


Crazy old fashioned

Em tempos que ser é ter, em tempos que o que parece, não é, o sentir saiu de moda. Mas não se engane. Ainda existem alguns doidos por aí. Doidos teimosos que insistem em sentir e mostrar o que sentem. Doidos que ousam experimentar, compartilhar e multiplicar sentimentos. Pasme. Há quem diga que eles são manteiga derretida, moles, frágeis. Mas vai saber, talvez ter a coragem de sentir e deixar mostrar, faz ganhar uma força de outra categoria. Talvez seja a mesma força que faz o rabo do cachorro abanar seja lá o que aconteça. Talvez seja a mesma força que faz o céu pintar um quadro diferente todos os dias. Talvez seja a força que te faz chorar de rir. Talvez seja a força que te dá vontade de pular, dançar, cantar. Talvez seja a força que faz a família ficar unida. Talvez seja a força que faz você conhecer os seus iguais. Talvez seja a força que tanto faz falta em tempos que ser é ter, em tempos que o que parece, não é.

Gabi Serio

(www.bigbagofdreams.blogspot.com)

sexta-feira, 13 de agosto de 2010

***

"O amor nunca morre de morte natural. Añais Nin estava certa.

Morre porque o matamos ou o deixamos morrer.

Morre envenenado pela angústia. Morre enforcado pelo abraço. Morre esfaqueado pelas costas. Morre eletrocutado pela sinceridade. Morre atropelado pela grosseria. Morre sufocado pela desavença.

Mortes patéticas, cruéis, sem obituário e missa de sétimo dia.

Mortes sem sangramento. Lavadas. Com os ossos e as lembranças deslocados.

O amor não morre de velhice, em paz com a cama e com a fortuna dos dedos.

Morre com um beijo dado sem ênfase. Um dia morno. Uma indiferença. Uma conversa surda. Morre porque queremos que morra. Decidimos que ele está morto. Facilitamos seu estremecimento.

O amor não poderia morrer, ele não tem fim. Nós que criamos a despedida por não suportar sua longevidade. Por invejar que ele seja maior do que a nossa vida.

O fim do amor não será suicídio. O amor é sempre homicídio. A boca estará estranhamente carregada.

(...)

Mato porque não tolero o contraponto. A divergência. Mato porque ela conheceu meu lado escuro e estou envergonhado. Mato e mudo de personalidade, ao invés de conviver com minhas personalidades inacabadas e falhas.

Mato porque aguardava o elogio e recebia de volta a verdade.

O amor é perigoso para quem não resolveu seus problemas. O amor delata, o amor incomoda, o amor ofende, fala as coisas mais extraordinárias sem recuar. O amor é a boca suja. O amor repetirá na cozinha o que foi contado em segredo no quarto. O amor vai abrir o assoalho, o porão proibido, fazer faxina em sua casa. Colocar fora o que precisava, reintegrar ao armário o que temia rever.

O amor é sempre assassinado. (...) "

Fabricio Carpinejar

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Foi um rio que passou em minha vida....

Afago na alma!

" SER OU NÃO SER DE NINGUÉM - ARNALDO JABOUR

Na hora de cantar todo mundo enche o peito nas boates, levanta os braços, sorri e dispara: "eu sou de ninguém, eu sou de todo mundo e todo mundo é meu também". No entanto, passado o efeito do uísque com energético e dos beijos descompromissados, os adeptos da geração "tribalista" se dirigem aos consultórios terapêuticos, ou alugam os ouvidos do amigo mais próximo e reclamam de solidão, ausência de interesse das pessoas, descaso e rejeição. A maioria não quer ser de ninguém, mas quer que alguém seja seu.

Beijar na boca é bom? Claro que é! É legal se manter sem compromisso, viver rodeado de amigos em baladas animadíssimas? Evidente que sim.Mas por que reclamam depois? Será que os grupos tribalistas se esqueceram da velha lição ensinada no colégio, onde "toda ação tem uma reação"? Agir como tribalista tem conseqüências, boas e ruins, como tudo na vida. Não dá, infelizmente, para ficar somente com a cereja do bolo, beijar de língua, namorar e não ser de ninguém. Para comer a cereja é preciso comer o bolo todo e nele, os ingredientes vão além do descompromisso, como: não receber o famoso telefonema no dia seguinte, não saber se está namorando mesmo depois de sair um mês com a mesma pessoa, não se importar se o outro estiver beijando outra, etc, etc, etc.

Embora já saibam namorar, "os tribalistas" não namoram. Ficar, também é coisa do passado. A palavra de ordem hoje é "namorix". A pessoa pode ter um, dois e até três namorix ao mesmo tempo. Dificilmente está apaixonada por seus namorix, mas gosta da companhia do outro e de manter a ilusão de que não está sozinho. Nessa nova modalidade de relacionamento, ninguém pode se queixar de nada. Caso uma das partes se ausente durante uma semana, a outra deve fingir que nada aconteceu, afinal, não estão namorando. Aliás, quando foi que se estabeleceu que namoro é sinônimo de cobrança?

A nova geração prega liberdade, mas acaba tendo visões unilaterais. Assim como só deseja "a cereja do bolo tribal", enxerga somente o lado negativo das relações mais sólidas. Desconhece a delícia de assistir um filme debaixo das cobertas num dia chuvoso comendo pipoca com chocolate quente, o prazer de dormir juntos abraçados, roçando os pés sob as cobertas e a troca de cumplicidade, carinho e amor. Namorar é algo que vai muito além das cobranças. É cuidar do outro e ser cuidado por ele, é telefonar só para dizer bom dia, ter uma boa companhia para ir ao cinema de mãos dadas, transar por amor, ter alguém para fazer e receber cafuné, um colo para chorar, uma mão para enxugar lágrimas, enfim, é ter "alguém para amar". Já dizia o poeta que "amar se aprende amando" e se seguirmos seu raciocínio, esbarraremos na lição que nos foi passada nas décadas passadas: relação é sinônimo de desilusão.

O número avassalador de divórcios nos últimos tempos, só veio a confirmar essa tese e aqueles que se divorciaram (pais e mães dos adeptos do tribalismo), vendem na maioria das vezes a idéia de que casar é um péssimo negócio e que uma relação sólida é sinônimo de frustrações futuras. Talvez seja por isso que pronunciar a palavra "namoro" traga tanto medo e rejeição. No entanto, vivemos em uma época muito diferente daquela em que nossos pais viveram. Hoje podemos optar com maior liberdade e não somos mais obrigados a "comer sal juntos até morrer". Não se trata de responsabilizar pais e mães, ou atribuir um significado latente aos acontecimentos vividos e assimilados na infância, pois somos responsáveis por nossas escolhas, assim como o que fazemos com as lições que nos chegam.

A questão não é causal, mas quem sabe correlacional. Podemos aprender amar se relacionando. Trocando experiências, afetos, conflitos e sensações. Não precisamos amar sob os conceitos que nos foram passados. Somos livres para optarmos. E ser livre não é beijar na boca e não ser de ninguém. É ter coragem, ser autêntico e se permitir viver um sentimento. É arriscar, pagar para ver e correr atrás da felicidade. É doar e receber, é estar disponível de alma, para que as surpresas da vida possam aparecer. É compartilhar momentos de alegria e buscar tirar proveito até mesmo das coisas ruins. Recentemente alguém em especial, me escreve: "Pretendo fazer muitos "amigos", pouco importa o que pensem, quem são, importa sim somar"; pois bem, ser de todo mundo e não ser de ninguém, é o mesmo que não ter ninguém também. É não ser livre para trocar e crescer. É estar fadado ao fracasso emocional e à tão temida solidão."
Obrigada, Carlota. Esse texto veio em boa hora! Adorei a parte "Ser livre ... é ter coragem, ser autêntico e se permitir viver um sentimento. É arriscar, pagar para ver e correr atrás da felicidade. ... É buscar tirar proveito até mesmo das coisas ruins."
Tamu junto, amiga! Para o alto e avante, sempre!

terça-feira, 10 de agosto de 2010

Minhas reflexões para uma vida bem vivida!

Depois de algumas décadas de vida, posso afirmar que algumas importantes lições nunca mais sairão do meu mindset. E hoje, num dia de inspiração, resolvi registrá-las aqui, para que possa sempre relembrá-las quando vir dar uma espiada por aqui:

1- Apenas é possível ser sincero consigo mesmo se tivermos em mente metas precisas de vida. Se vc não sabe onde quer chegar, nunca se dará por satisfeito. Respeite suas metas, sendo sincero e honesto consigo mesmo ao fazer cada escolha em sua vida.

2- Tenha consciência do seu próprio valor. Você é um ser único e ninguém mas ninguém em todo esse mundo é capaz de ter o seu jeitão, seja ele do jeito que for.

3- Somente caminhando com nossas próprias pernas chegaremos ao destino sonhado. Nesse caso, muletas não ajudam em nada, pelo contrário.

4- Ria de si mesmo. E nunca tenha vergonha de cometer atos bobos se for em prol da melhor sensação de todas : o estar em paz.

5- Sonhe, sonhe muito mas não tire muito os pés do chão, a não ser que tenha consicência disso. Apenas sonhando a partir de coisas concretas será possível amenizar o risco de frustração. (E mesmo assim tome cuidado. Expectativa em demasia não combina com quem zela pela paz.)

6- Dispa-se de preconceitos.

7- Pratique exercício físico e cuide da sua mente, seja do jeito que for. A paz só é possível se tivermos a mente e o corpo sãos.

8- O mal também existe e por isso proteja-se, da maneira que lhe for mais conveniente.

9- Endurecer de vez, jamais. E para isso, esteja sempre conectado a alguma forma de arte, seja ela qual for. Toda arte é sentimento materializado.

OBS: Esta lista estará em constante construção!!!!

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Deep inside

"Mas há a vida que é para ser intensamente vivida, há o amor. Que tem que ser vivido até a última gota. Sem nenhum medo. Não mata."

Clarice Lispector

quinta-feira, 29 de julho de 2010

Borboletas...

"Pelas plantas dos pés subia um estremecimento de medo,
o sussurro de que a terra poderia aprofundar-se.
E de dentro erguiam-se certas borboletas batendo asas por todo o corpo."

Clarice Lispector

terça-feira, 6 de julho de 2010

Retrato em branco e preto

Os meus amigos mais próximos sabem que vivenciei ao longo do último ano um processo difícil de terapia em grupo e hoje posso sentir o quanto esse processo me foi produtivo. Pode parecer mentira, mas sinto que ele me fez perceber, de verdade, que já não sou mais aquela garotinha indefesa dos tempos de Santo Inácio. Aos trancos e barrancos, por conjunturas de vida que não escolheria pra mim, foi difícil me reconhecer mulher. Mas hoje, finalmente, concebo-me uma mulher admirável, sem modéstia!

Hoje posso falar em alto e bom tom que sou senhora das minhas vontades, do meu prazer, dos meus ideais; que a busca por meus sentimentos mais transparentes, sem a intervenção de seja quem for, está me tornando cada vez mais eu mesma. E essa sensação é impagável. A Soma me deu a oportunidade de, aos 30, me armar da coragem necessária para ser cada vez mais eu mesma, sem qualquer vergonha, amarras e máscaras, exterminando velhas angústias que já não faziam nenhum sentido. Bingoooo!

Sinto que, definitivamente, aprendi a deixar aquela menininha de lado e caminhar de cabeça erguida em direção a meus verdadeiros ideais. Para tudo na vida, só basta querer e acreditar!

Esquecido o medo, as mudanças que aos poucos se concretizam na minha vida me tornam, cada vez mais, dona de sorrisos verdadeiramente reais. Adeus superficialidade. Só isso me importa.

Sinto-me dona de um forte sorriso interno, em comunhão com minha índole naturalmente sensível. E nestes novos tempos, sem deixar de primar pela razão. Doce equilíbrio.

E assim me atiro novamente ao mundo, mas agora com a maturidade dos 30! E que venha mais esta nova fase!

quarta-feira, 30 de junho de 2010

Drummond

Ausência
" Por muito tempo achei que a ausência é falta. E lastimava, ignorante, a falta. Hoje não a lastimo. Não há falta na ausência. A ausência é um estar em mim. E sinto-a, branca, tão pegada, aconchegada nos meus braços, que rio e danço e invento exclamações alegres, porque a ausência assimilada, ninguém a rouba mais de mim."

segunda-feira, 28 de junho de 2010

Enfim, 30 anos!

"Ao contrário do que se pensa, do questionamento pode se resultar, em vez de mais confusão, simplicidade. Sossego e recolhimento para lamber as feridas, alisar os entusiasmos, pentear as emoções, voltar pra vida fazendo bonito. Pois a gente merece. Num instante de felicidade, talvez se consiga voltar aos colos dos afetos, ou procurar novos se os velhos não nos fazem bem. Caminhamos com incertezas soprando seu bafo em nosso calcanhar - por isso, mesmo trôpegos e tímidos, somos uns heróis no cotidiano e no transcedental. A gente só teria de ser um pouco mais despojado, menos deconfiado, mais aberto - atento para não se enredar em princípios mofados ou modernos demais, que para ouvidos mais despreparados perecem os mais interessantes. Sempre foi duro vencer o espírito do rebanho, mas esse conflito se tornou quase esquizofrênico: por um lado, precisamos ser como todo mundo, é importante adequar-se, pertencer; por outro lado, é necessário criar e preservar uma identidade e até impor-se, às vezes transgredir pra sobreviver. Em geral acabamos descobrindo ou inventando nosso papel, nosso roteiro, nosso caminho."
Viva o equilíbrio! Somos o que queremos ser!
Lya Luft
Multipla Escolha (p. 115)

sexta-feira, 18 de junho de 2010

Poesia também é publicidade!

Hoje vi o comercial que mais gostei nos últimos tempos. Trata-se da Campanha de inverno da Natura. Diz assim:

" A idéia é a rotina do papel
O céu é a rotina do edifício
O início é a rotina do final
A escolha é a rotina do gosto
A rotina do espelho é o oposto

A rotina do jornal é o fato
A celebridade é a rotina do boato
A rotina da mão é o toque
A rotina da garganta é rock

O coração é rotina da batida
A rotina do equilíbrio é a medida
O vento é a rotina do assobio
A rotina da pele é o arrepio

A rotina do perfume é a lembrança
O pé é a rotina da dança
Julieta é a rotina do queijo
A rotina da boca é o desejo

A rotina do caminho é a direção
A rotina do destino é a certeza
Toda rotina tem sua beleza”



Depois de tanta Copa do Mundo na cabeça (há meses!!!), poesia fresquinha em versão também publicitária pra descontrair. :)

segunda-feira, 31 de maio de 2010

Simplesmente em paz. Bom demais!

FELIZ POR NADA
(Martha Medeiros)

Geralmente, quando uma pessoa exclama Estou tão feliz!, é porque engatou um novo amor, conseguiu uma promoção, ganhou uma bolsa de estudos, perdeu os quilos que precisava ou algo do tipo. Há sempre um porquê. Eu costumo torcer para que essa felicidade dure um bom tempo, mas sei que as novidades envelhecem e que não é seguro se sentir feliz apenas por atingimento de metas. Muito melhor é ser feliz por nada.
Digamos: feliz porque maio recém começou e temos longos oito meses para fazer de 2010 um ano memorável. Feliz por estar com as dívidas pagas. Feliz porque alguém o elogiou. Feliz porque existe uma perspectiva de viagem daqui a alguns meses. Feliz porque você não magoou ninguém hoje. Feliz porque daqui a pouco será hora de dormir e não há lugar no mundo mais acolhedor do que sua cama.
Esquece. Mesmo sendo motivos prosaicos, isso ainda é ser feliz por muito.
Feliz por nada, nada mesmo?
Talvez passe pela total despreocupação com essa busca. Essa tal de felicidade inferniza. "Faça isso, faça aquilo". A troco? Quem garante que todos chegam lá pelo mesmo caminho?
Particularmente, gosto de quem tem compromisso com a alegria, que procura relativizar as chatices diárias e se concentrar no que importa pra valer, e assim alivia o seu cotidiano e não atormenta o dos outros. Mas não estando alegre, é possível ser feliz também. Não estando "realizado", também. Estando triste, felicíssimo igual. Porque felicidade é calma. Consciência. É ter talento para aturar o inevitável, é tirar algum proveito do imprevisto, é ficar debochadamente assombrado consigo próprio: como é que eu me meti nessa, como é que foi acontecer comigo?
Pois é, são os efeitos colaterais de se estar vivo.
Benditos os que conseguem se deixar em paz. Os que não se cobram por não terem cumprido suas resoluções, que não se culpam por terem falhado, não se torturam por terem sido contraditórios, não se punem por não terem sido perfeitos. Apenas fazem o melhor que podem.
Se é para ser mestre em alguma coisa, então que sejamos mestres em nos libertar da patrulha do pensamento. De querer se adequar à sociedade e ao mesmo tempo ser livre. Adequação e liberdade simultaneamente? É uma senhora ambição. Demanda a energia de uma usina. Para que se consumir tanto?
A vida não é um questionário de Proust. Você não precisa ter que responder ao mundo quais são suas qualidades, sua cor preferida, seu prato favorito, que bicho seria. Que mania de se autoconhecer. Chega de se autoconhecer. Você é o que é, um imperfeito bem-intencionado e que muda de opinião sem a menor culpa.
Ser feliz por nada talvez seja isso.

sexta-feira, 28 de maio de 2010

Enfim... tranqüila!

Novamente recorro à minha forma real virtualizada para registrar, principalmente, a mim mesma que, enfim, voltei a perceber que o recomeço existe a cada novo dia. Há esperança. Há inspiração. Há aconchego. Há segurança. Há homeopatia! :) Há vida!

Os mais próximos sabem que andei por uns dias difíceis, vagando por entre medos, angústias e tristeza, mas, enfim, reconheço-os, verdadeiramente, como sentimentos necessários à reconstrução de todo ser à procura de autoconhecimento e de se tornar um ser humano melhor.

Sinto-me feliz exatamente onde estou, fazendo o que faço mas, principalmente, por manter à minha frente muitos, muitos sonhos. Sinto-me, declaradamente, e cada vez mais enraizado, uma sonhadora de carteirinha! Os sonhos me moverão para todo SEMPRE!

E que cheguem logo esses meus 30 anos tão esperados (mas ao mesmo tempo tão temidos, sei lá por qual razão)! E que venha a comemoração do jeitinho planejado: calma, simples e sem euforia, do jeitinho dessa nova ACGA 3.0.

Enfim, sinto-me feliz de novo; mas agora no meu novo cantinho!

Muito obrigada a todos que se mantiveram de mãos dadas comigo durante esses meses difíceis!

Amo vocês!

(Um agradecimento especial à Rose (mamãe querida!), Lídia, Pitty e Carol, Aleluia!!!)

terça-feira, 18 de maio de 2010

InspirAÇÃO!

Depois de um longo e tenebroso “inverno” criativo, eis que a inspiração reapareceu esta noite, em plena madrugada, arrebatando o meu sono e toda minha imaginação. Mas apesar da noite mal dormida, amanheci sem qualquer cansaço. Pelo contrário. Há tempos não abria os olhos com tanta vontade! Cheguei a me lembrar dos dias de passeio nos tempos de escola. Mas naquele tempo ainda não conhecia a delícia de ser empurrada da cama pela força de estar em pleno processo criativo. Quem não sentiu essa força, não sabe o seu poder regenerador. É algo avassalador, enebriante, comparável à sensação provocada por uma paixão arrebatadora, daquelas que entorpecem a alma. Sabe como é, né?! Delícia abrir os olhos com esse furor, motivada pelo ímpeto de trazer cor imaginária ao preto e branco da vida real.

E, de novo, mais uma vez e para sempre, PARA O ALTO E AVANTEEEEE! :)

Um VIVA à criatividade, às cores, à imaginação, à ARTE!

Obs: Em breve prometo postar fotos das minhas idéias materializadas.
Obs 1: Pitty, você foi fundamental a essa inspiração. Muito obrigada, amiga!

“Eu vivo à espera de inspiração com uma avidez que não dá descanso. Cheguei mesmo à conclusão de que escrever é a coisa que mais desejo no mundo, mesmo mais que amor.”

“O que verdadeiramente somos é aquilo que o impossível cria em nós.”

Clarice Lispector

terça-feira, 4 de maio de 2010

É isso!

Bia, MUITO obrigada por suas palavras! AMEI!

Pessoas se encontram e se perdem, mas não desaparecem.Algumas estão em falta, outras simplesmente fazem falta.Pessoas existem, outras co-existem. Umas muito dão, outras muito sugam.Algumas vivem, outras mofam, mas não desaparecem.Sim, umas definitivamente se encontram, outras, seguem buscando; ou se escondendo.Outras se acham e se perdem - de si; mas não desaparecem.A busca é de todos. O alvo muda, mas as escolhas dos caminhos, todos têm.Uns encontram, outros se perdem. De si. E a lição fica.Sei que as frases estão incompletas, como os ciclos da vida enquanto vivemos.Os ciclos não terminam. Nós podemos tentar um "desfecho", um ponto final. Eles podem até desaparecer, ao contrário das pessoas, mas não se perdem. Talvez nem possam ser encontrados, os tais ciclos. Eles vem e vão... voltam ou são engavetados. Ciclos são.Pessoas estão.Eu gostaria ser. Gosto estar, mas o pavor do definitivo neste caso me atrai. Não quero me perpetuar, mas quero marcar.Não quero apenas gerundiar. Sei que não desaparecerei. Me encontrarei e me perderei. Perderei pessoas que não desaparecerão e encontrarei outras que desejarei o desaparecimento- obviamente sem sucesso.Os ciclos são inevitáveis, já as pessoas não. E o grande lance é esse na verdade. Desvie de algumas, corra ao lado de outras, fique um pouco atrás de umas, corra bem à frente de certas outras.Escolha o teu caminho. Encontre, perca, mas não desapareça!

segunda-feira, 26 de abril de 2010

Aos meus amigos de ontem, hoje e amanhã!

Loucos e Santos
Escolho meus amigos não pela pele ou outro arquétipo qualquer, mas pela pupila. Tem que ter brilho questionador e tonalidade inquietante. A mim não interessam os bons de espírito nem os maus de hábitos. Fico com aqueles que fazem de mim louco e santo. Deles não quero resposta, quero meu avesso. Que me tragam dúvidas e angústias e agüentem o que há de pior em mim. Para isso, só sendo louco. Quero os santos, para que não duvidem das diferenças e peçam perdão pelas injustiças. Escolho meus amigos pela alma lavada e pela cara exposta. Não quero só o ombro e o colo, quero também sua maior alegria. Amigo que não ri junto, não sabe sofrer junto. Meus amigos são todos assim: metade bobeira, metade seriedade. Não quero risos previsíveis, nem choros piedosos. Quero amigos sérios, daqueles que fazem da realidade sua fonte de aprendizagem, mas lutam para que a fantasia não desapareça. Não quero amigos adultos nem chatos. Quero-os metade infância e outra metade velhice! Crianças, para que não esqueçam o valor do vento no rosto; e velhos, para que nunca tenham pressa. Tenho amigos para saber quem eu sou. Pois os vendo loucos e santos, bobos e sérios, crianças e velhos, nunca me esquecerei de que "normalidade" é uma ilusão imbecil e estéril.
Oscar Wilde

quinta-feira, 8 de abril de 2010

Sobre a Terra

Fui engolindo o mundo de uma vez,
até que ele me pareceu uma pedra seca e áspera.
Foi então que eu senti sede e bebi de um amor que não era meu.
De porre, andei pelo mundo, que eu já tinha cuspido,
e voltei pra casa insatisfeita.
Sentei na escada pensando se é isso mesmo,
se a vida é uma refeição indigesta que se come com a mão
para depois cuspir.
Vomitei toda a metafísica e larguei o amor que eu não tinha.
Enjoada de fome, olhei para a rua e vi aquela imensa quantidade de mundo.
Mundo demais para um dia só.
Foi aí que eu perdi a fome e saí pra jantar fora.
Fora de mim, é claro.

terça-feira, 6 de abril de 2010

Alice Klesck

Desde que passei a usar o metrô com muita frequência, não teve nenhuma vez que as obras da artista plástica Alice Klesck não tenha me chamado a atenção.E hoje resolvi homenageá-la aqui no meu cantinho, afinal de contas, ela merece!

Suas obras coloridas, alegres e lúdicas, nos passam ALEGRIA em meio ao corre-corre da vida!

Obrigada, Alice, pelos instantes de distração que você tem me proporcionado!

Muito sucesso pra você! Sempre!

http://aliceklesck.com/novo/

DAQUELE jeito, sabe?!

Duas bolas, por favor!

Danuza Leão

" Não há nada que me deixe mais frustrada do que pedir sorvete de sobremesa, contar os minutos até ele chegar e aí ver o garçom colocar na minha frente uma bolinha minúscula do meu sorvete preferido. Uma só.

Quanto mais sofisticado o restaurante, menor a porção da sobremesa. Aí a vontade que dá é de passar numa loja de conveniência, comprar um litro de sorvete bem cremoso e saborear em casa com direito a repetir quantas vezes a gente quiser, sem pensar em calorias, boas maneiras ou moderação.

O sorvete é só um exemplo do que tem sido nosso cotidiano.

A vida anda cheia de meias porções, de prazeres meia-boca, de aventuras pela metade...
A gente sai pra jantar, mas come pouco.
Vai a festa de casamento, mas resiste aos bombons.
Conquista a chamada liberdade sexual, mas tem que fingir que é difícil (a imensa maioria das mulheres continua com pavor de ser rotulada de 'fácil').
Adora tomar um banho demorado, mas se contém pra nao desperdiçar os recursos do planeta.
Quer beijar aquele cara 20 anos mais novo, mas tem medo de fazer papel ridículo.
Tem vontade de ficar em casa vendo um DVD, esparramada no sofá, mas se obriga a ir malhar.
E por aí vai.

Tantos deveres, tanta preocupação em 'acertar', tanto empenho em passar na vida sem pegar recuperação...
Aí a vida vai ficando sem tempero, politicamente correta e existencialmente sem-graça, enquanto a gente vai ficando melancolicamente sem tesão...
Às vezes dá vontade de fazer tudo 'errado'. Deixar de lado a régua, o compasso, a bússola, a balança e os 10 mandamentos.
Ser ridícula, inadequada, incoerente e não estar nem aí pro que dizem e o que pensam a nosso respeito. Recusar prazeres incompletos e meias porções.

Até Santo Agostinho, que foi santo, uma vez se rebelou e disse uma frase mais ou menos assim: 'Deus, dai-me continência e castidade, mas nao agora'....

Nós, que não aspiramos a santidade e estamos aqui de passagem, podemos (devemos?) desejar várias bolas de sorvete, bombons de muitos sabores, vários beijos bem dados, a água batendo sem pressa no corpo, o coração saciado.

Um dia a gente cria juízo. Um dia. Não tem que ser agora.

Por isso, garçom, por favor, me traga: cinco bolas de sorvete de chocolate, um sofá pra eu ver 10 episódios do 'Law and Order' (euzinha os substituiria por 10 livros a lá "Travessuras da Menina Má"...rs!), uma caixa de trufas bem macias e o Richard Gere (pode ser o Santoro? rs!), nú, embrulhado pra presente.
OK? Não necessariamente nessa ordem.

Depois a gente vê como é que faz pra consertar o estrago... "
Ai, ai... Diliça!

segunda-feira, 5 de abril de 2010

Rewinding

Insossas são as coisas,em meio à pressa dos dias.Correm apressados os moços, à procura do que lhes traz apresso.Ora gemem, ora sussurram, ora emudecem. Mas seguem em frente, marchando, à espera do que está por vir. Desconhecem-se e preferem não se ver. Ignoram-se. E deparam-se, introspectivos, com o medo escondido nas profundezas do viver. Mas enfrentam-se;
sentem-se, deixando ir todos os momentos descompassados, os quereres vazios, instantes perdidos. Simplesmente deixam-se anestesiar pela dor humana que habita todo ser sentido.
Faz parte.

quinta-feira, 1 de abril de 2010

Um manifesto à poesia!


A vida fluía por entre a calmaria da brisa mansa daqueles tempos. Não se pensava em furacão, terremotos ou desgraças afins. Pelo contrário. Sonhava-se a dois, a três, a mil. O Brasil, país do futuro, ainda era um sonho distante.

Canções melodiosas, com letras ingênuas e românticas, dominavam as vitrolas. O rádio perdia, aos poucos, o pedestal, mas sem perder sua importância, especialmente nos clássicos domingos de Maracanã.

O amor pairava no ar, por entre galanteios sinceros, por entre os ideais revolucionários, por entre a vontade de se construir uma grande nação.

E eis que conseguimos, creio eu, sinceramente.

Após muitos e muitos planos econômicos, crises econômicas que pareciam sem fim, os dados comprovam que os pobres estão menos pobres, o acesso a educação aumentou, a taxa de mortalidade infantil caiu vertiginosamente; o Brasil era, de fato, o país do futuro.

Mas e a poesia daqueles tempos? Onde foi parar?

Será que algum dia ela ainda voltará a impulsionar multidões como um dia o fez?

Até o futebol deixou de ser “O” futebol... Copa do Mundo hoje é, acima de tudo, um negócio super hiper multi milionário... Enfim, os tempos definitivamente mudaram, o que me desperta uma certa nostalgia, confesso.

2010, ano de Copa do Mundo, de eleições e dos meus 30 anos... E junto, um turbilhão de sentimentos emaranhados que me fazem questionar esses tempos malucos que a gente vive.
Na verdade esse post nostálgico é inspirado em Ricardito, personagem do livro "As Travessuras da Menina Má", do Mário Vargas Llosa, melhor livro que li nos últimos tempos.

Só espero que os meus filhos possam experienciar um mundo mais poético e menos líquido.

quarta-feira, 24 de março de 2010

Pirações

Nenhuma vontade, algum prazer... escrever.

Tarefas cotidianas exaustivamente cansativas.
Madrugadas solitárias e famintas.
Racionalidade sentimental.
Dias insanos de afeto exarcebado por algo que se perde com o tempo.

Vazio impreenchível.
Saco sem fundo.

Construir-se a partir do que já se reconhece.
Ser artista de si mesmo.

Desobstruir poros entupidos.
Deixar sangrar.
Romper limites.
Esvair-se.

Desmitificar.
Admitir o gosto insalubre;
a disritmia de gestos;
o descompasso do olhar;
a dialética confusa.

Filosofia de botequim ou será verdadeira fluidez?

Entorpecimento de alma.
Lucidez da mente.

Silêncio rítmico que acaricia.
Solitude necessária que enebria.

Desejo por construir.
Mas ir em busca de?
Além de?
Pra quê?

Decodificar padrões.
Desregulamentar regras.
Restabelecer prazeres.
Sorrir!

Iluminar feridas.
Enaltecer erros.
Eleger metas reais.
Cumprí-las?

Focar.

Transgredir além.
Desrespeitar o comum.
Criar novos conceitos.
Analisar sem pirar.
Equalizar o som da mente.
Recomeçar novamente.
De novo.

Caminhos novos a serem traçados,
SEM GPS.
Não há segurança.
Não há certeza.
Não há mãos dadas.
Comigo, a crença de quem sou.
HOJE!

terça-feira, 16 de março de 2010

Contagiante!!!!!!



Não tinha como não postar aqui essa música que tem feito parte dos meus dias. Tem dias que eu acordo e vou dormir com ela empregnada na cabeça...rsrs! Mas, numa boa, é contagiante e a a campanha da Copa tá vindo pra quebrar tudo! CELEBRATION é o que há!!!!

segunda-feira, 8 de março de 2010

Saudades de um tempo que não vivi...



Novos baianos! Lindoooos!

Borboletear!


Mude, mas comece devagar, porque a direção é mais importante do que a velocidade.

Sente-se em outra cadeira, no outro lado da mesa. Mais tarde, mude de mesa. Quando sair, procure andar pelo outro lado da rua. Depois, mude de caminho, ande por outras ruas, calmamente, observando com cuidado. Tome outro ônibus. Mude por uns tempos o estilo das roupas. Dê os seus sapatos velhos. Procure andar descalço alguns dias. Tire uma tarde inteira para passear livremente na praia, ou no parque, e ouvir o canto dos passarinhos.

Veja o mundo de outras perspectivas. Abra e feche as gavetas e portas com a mão esquerda. Durma no outro lado da cama... depois, procure dormir em outras camas. Assista a outros programas de tv, compre outro jornais...leia livros. Viva outros romances.

Não faça do hábito um estilo de vida. Ame a novidade. Durma mais tarde. Durma mais cedo. Aprenda uma palavra nova por dia numa outra língua. Corrija a postura. Coma um pouco menos, escolha comidas diferentes, novos temperos, novas cores, novas delícias.

Tente o novo todo dia. O novo lado, o novo método, o novo sabor, o novo jeito, o novo prazer, o novo amor, a nova vida. Tente. Busque novos amigos. Tente novos amores. Faça novas relações. Almoce em outros locais, vá a outros restaurantes, tome outro tipo de bebida, compre pão em outra padaria. Almoce mais cedo, jante mais tarde ou vice-versa. Escolha outro mercado...outra marca de sabonete, outro creme dental...tome banho em novos horários. Use canetas de outras cores. Vá passear em outros lugares.

Ame muito, cada vez mais, de modos diferentes. Troque de bolsa, de carteira, de malas, troque de carro, compre novos óculos, escreva outras poesias. Jogue fora os velhos relógios. Abra conta em outro banco. Vá a outros cinemas, outros cabeleireiros, outros teatros, visite novos museus.

Mude. Lembre-se de que a Vida é uma só. Se você não encontrar razões para ser livre, invente-as. Seja criativo. Experimente coisas novas. Troque novamente. Mude de novo, experimente outra vez. Você certamente conhecerá coisas melhores e piores do que as já conhecidas, mas não é isso o que importa. O mais importante é a mudança, o movimento, o dinamismo, a energia.

Só o que está morto não muda! Repito por pura alegria de viver: a salvação é pelo risco, sem o qual a vida não vale a pena!


Clarice Lispector
(Post retirado do blog Desassossego)

quinta-feira, 4 de março de 2010

Sábias Palavras

“Você pode viver cem anos se desistir de todas as coisas que o fazem querer viver até os cem anos.”

Woody Allen

Ando devagar...



Ando devagar porque já tive pressa,
E levo esse sorriso,
porque já chorei demais.

Hoje me sinto mais forte,
mais feliz quem sabe,
só levo a certeza de que muito pouco eu sei,
ou nada sei.

Conhecer as manhas e as manhãs,
O sabor das massas e das maçãs.

É preciso amor pra poder pulsar,
É preciso paz pra poder sorrir,
É preciso a chuva para florir.

Sinto que seguir a vida seja simplesmente
conhecer a marcha e ir tocando em frente...
como um velho boiadeiro, levando a boiada,
Eu vou tocando os dias pela longa estrada,
eu vou,
estrada eu sou.

Conhecer as manhas e as manhãs,
O sabor das massas e das maças.

É preciso amor pra poder pulsar,
É preciso paz pra poder seguir,
É preciso a chuva para florir.

Sinto que seguir a vida seja simplesmente
conhecer a marcha e ir tocando em frente.

Cada um de nós compõe a sua própria história,
e cada ser em si carrega o dom de ser capaz,
de ser feliz.

Conhecer as manhas e as manhãs,
O sabor das massas e das maças.

É preciso amor pra poder pulsar,
É preciso paz pra poder seguir,
É preciso a chuva para florir.

Sinto que seguir a vida seja simplesmente
conhecer a marcha e ir tocando em frente.

Cada um de nós compõe a sua própria história,
e CADA SER EM SI CARREGA O DOM DE SER CAPAZ,
DE SER FELIZ!


(Almir Sater)

(RE)CONSTRUIR

Ando numa fase muito estranha e ao mesmo tempo divertida. Apesar de não estar passando por uma fase muito confortável da vida, estou procurando enxergar meus dias com olhos de quem vê além. Sabe como é? Às vezes é preciso passar por umas coisas para se chegar onde se almeja. Não tem como negar que é necessário sacrifício ora ou outra nessa vida. E o que tenho visto é que sacrifício pode não ser de todo ruim, se aprendermos a olhá-lo com olhos de quem quer ver além do espelho.

E continuando nessa divagação, que pode parecer meio sem sentido para muitos (mas que para mim faz tooooodo o sentido do mundo), por esses dias cruzou o meu caminho um rapazinho muito especial que veio com um papo de DEVIR, segundo os ensinamentos de nada mais nada menos que Deleuze. Pois é. E não é que o cara, no fundo no fundo, acaba querendo dizer que, na real, o que importa é a construção que é feita ao longo do caminho. E é exatamente isso que acredito. E “vamo que vamo”! Pedra sobre Pedra! Degrau sobre degrau! Pé ante Pé! Dia após Dia!

Um dia desses eu hei de chegar lá em cima e ficar admirando a vista e sentindo a brisa leve e mansa no rosto.
Mas tudo tem seu momento certo e só Ele sabe qual é. E, de coração, quando fazemos a nossa parte, o restante é consequência. E assim sigo tranquila.
Pé ante pé.

segunda-feira, 1 de março de 2010

Felicidade Realista !!!! :)

"A princípio bastaria ter saúde, dinheiro e amor, o que já é um pacote louvável, mas nossos desejos são ainda mais complexos. Não basta que a gente esteja sem febre: queremos, além de saúde, ser magérrimos, sarados, irresistíveis. Dinheiro? Não basta termos para pagar o aluguel, a comida e o cinema: queremos a piscina olímpica e uma temporada num spa cinco estrelas. E quanto ao amor? Ah, o amor... não basta termos alguém com quem podemos conversar, dividir uma pizza e fazer sexo de vez em quando. Isso é pensar pequeno: queremos AMOR, todinho maiúsculo. Queremos estar visceralmente apaixonados, queremos ser surpreendidos por declarações e presentes inesperados, queremos jantar a luz de velas de segunda a domingo, queremos sexo selvagem e diário, queremos ser felizes assim e não de outro jeito. É o que dá ver tanta televisão. Simplesmente esquecemos de tentar ser felizes de uma forma mais realista. Ter um parceiro constante pode ou não, ser sinônimo de felicidade. Você pode ser feliz solteiro, feliz com uns romances ocasionais, feliz com um parceiro, feliz sem nenhum. Não existe amor minúsculo, principalmente quando se trata de amor-próprio. Dinheiro é uma benção. Quem tem, precisa aproveitá-lo, gastá-lo, usufruí-lo. Não perder tempo juntando, juntando, juntando. Apenas o suficiente para se sentir seguro, mas não aprisionado. E se a gente tem pouco, é com este pouco que vai tentar segurar a onda, buscando coisas que saiam de graça, como um pouco de humor, um pouco de fé e um pouco de criatividade. Ser feliz de uma forma realista é fazer o possível e aceitar o improvável. Fazer exercícios sem almejar passarelas, trabalhar sem almejar o estrelato, amar sem almejar o eterno. Olhe para o relógio: hora de acordar! É importante pensar-se ao extremo, buscar lá dentro o que nos mobiliza, instiga e conduz, mas sem exigir-se desumanamente. A vida não é um jogo onde só quem testa seus limites é que leva o prêmio. Não sejamos vítimas ingênuas desta tal competitividade. Se a meta está alta demais, reduza-a. Se você não está de acordo com as regras, demita-se. Invente seu próprio jogo. Faça o que for necessário para ser feliz. Mas não se esqueça que a felicidade é um sentimento simples; você pode encontrá-la e deixá-la ir embora por não perceber sua simplicidade. Ela transmite paz e não sentimentos fortes, que nos atormenta e provoca inquietude no nosso coração. Isso pode ser alegria, paixão, entusiasmo, mas não felicidade."

Mário Quintana

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

PÓ DE PIRLIMPIMPIM

"Quando aprendi a ler, aos nove anos de idade, ganhei "As caçadas de Pedrinho" e me encantei com o pó de pirlimpimpim, inventado por Monteiro Lobato, para que as suas personagens se transportassem de um lugar para o outro pelo poder da imaginação.

Acontece que o pó de pirlimpimpim só existe no Sítio do Picapau Amarelo. Na vida real, precisamos andar, correr ou voar, a pé ou por algum meio de transporte, para chegar a outro lugar. Não há mágica.

Não há mágica na vida.

Muitas de nossas frustrações não são frustrações: são apenas conseqüências de expectativas que não podiam ser realizadas.

Dói deixar o pó de pirlimpimpim na caixa de fósforo, mas é lá que tem que ficar para ser usado em viagens imaginárias.
Nas viagens reais, os calos sangram e os suores pingam."
(Israel Belo de Oliveira)
OBS: Mas não há nada que um bom curativo após um bom banho frio não cure...rsrsrs! O sacrifício engrandece! Para o alto e avante sempreeeee!

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

Unforgettable days!!!!!!!!



CARNAVAL: momentinhos especiais que me deram ainda mais coragem para SONHAR! SONHAR! SONHAR! Sim, para o COR AÇÃO! Sim, para ACREDITAR na MAGIA! Sim, para perceber que a vida é feita de COR, MUITAAAAS CORES!!!!

Mais um carnaval se foi, como ao certo um dia iria, mas a vida colorida há de estar ao meu redor por todo o sempre!

Jai Gurudev!

Muito obrigada Papai do Céu por cada comentinho de intensa alegria vivido nesses dias de muita folia!


Tudo junto e misturado: alegria, paz, entusiasmo, amor, liberdade... MAGIA e SORTE!
Foto de domingo, no iniciozinho do Boi Tolo, melhor dia de Carnaval, mais uma vez!!!!
Viva! Viva! Viva!!!!
Amei muitooooo tudo isso!

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

Homenagem ao Arpoador!

Essa é a minha vista predileta do Rio, definitivamente; ainda mais nas noites quentes desse verão escaldante. E há exatamente uma semana estou conseguindo aproveitar melhor essa maravilha natural. Isso por que voltei a ter o privilégio de morar a 300m da Pedra do Arpoador! Tenho que confessar que estava com saudades da brisa do mar e das vantagens de morar ao nível do mar. É muito bom estar de volta!

Mais um viva às mudanças de 2010! E que venha o Carnavallllll !!!!!!!!

quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

Reflexão para os "inta" ...

"O futuro mais brilhante é baseado num passado intensamente vivido. Você só terá sucesso na vida quando perdoar os erros e as decepções do passado. A vida é curta, mas as emoções que podemos deixar, duram uma eternidade. A vida não é de se brincar porque em pleno dia se morre."

Clarice Lispector

segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

Aventurar-se é preciso!


O Cavaleiro de Paus como arcano de conselho para este momento de sua vida sugere que é chegado o momento de partir na direção de novas aventuras, Ana. Está na hora de espanar a poeira e deixar o passado para trás! Parta confiante na direção do que você deseja, pois as possibilidades de sucesso são bastante altas. Saiba, todavia, dar-se senso de limites. Diante das vitórias iniciais, não se engane, não caia na tentação de achar que a situação estará para sempre garantida. Afinal, é quando nos vemos em situação vitoriosa que tendemos a abrir a guarda e a cometer atos imprudentes. Você ficará bastante feliz com uma vitória, mas não permita que a alegria elimine o seu poder de planejar.

O Cavaleiro de Paus informa que este é um momento de mudança: de casa, de emprego, de qualquer coisa que já estava velha e superada em sua existência. Momento de se abrir para o novo, Ana!

Conselho: Trilhe os caminhos da aventura!

Voando DE VERDADE!!!!


Depois de tantas metáforas utilizadas nos meus últimos posts em relação à sensação de voar, não é que a vida me deu de presente um vôo de verdade? INCRÍVEL !!!

Ontem, em pleno domingo lindo de sol na Cidade Maravilhosa, ganhei de presente um super vôo de parapente com um amigo muito querido. E, de novo, voar em grande estilo me trouxe novas e maravilhosas sensações. Mas dessa vez foi bem diferente; além das sensações maravilhosas de liberdade e paz que naturalmente vêm a tona diante de uma aventura tão especial, dessa vez senti algo inédito, que ainda não consegui decifrar até agora por completo (será por que tais sensações são indecifráveis por natureza?).

Ao fim do vôo, confesso ter ficado enebriada por um tempo, completamente abobalhada por ter tido a oportunidade inesperada de chegar mais pertinho Dele.

Após retomar meu estado normal, posso dizer que o que ficou mais latente foi a sensação de CONTENTAMENTO e SATISFAÇÃO por ser quem eu sou, exatamente com esse meu jeitão "passional" de ser.

Jai Gurudev!

E que venha um 2010 de muitas conquistas e realizações pra todos nós que olhamos a vida com olhos de aprendiz!

Valeu Dudu! Que Papai do Céu lhe traga tudo de melhor desse mundo SEMPRE!

quarta-feira, 6 de janeiro de 2010