segunda-feira, 6 de setembro de 2010

Intimidade nossa de cada dia.

Em homenagem à melhor coisa de todo e qualquer relacionamento, a intimidade, dedico este post à poesia de Maria Rezende, que para mim é e sempre será um clássico.


Adoro pau mole.

Assim mesmo.

Não bebo mate,

não gosto de água de coco,

não ando de bicicleta,

não vi ET

e a-d-o-r-o pau mole.

 
Adoro pau mole

pelo que ele expõe de vulnerável e pelo que encerra de possibilidade.


Adoro pau mole

porque tocar um pressupõe a existência de uma intimidade e uma liberdade

que eu prezo e quero, sempre.

Porque ele é ícone do pós-sexo

(que é intrínseca e automaticamente

- ainda que talvez um pouco antecipadamente)

sempre um pré-sexo também.

Um pau mole é uma promessa de felicidade sussurrada baixinho ao pé do ouvido.

É dentro dele,

em toda a sua moleza sacudinte de massa de modelar,

que mora o pau duro e firme com que meu homem me come.

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