quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Amém!

Hoje comecei o dia de uma forma bem diferente e resolvi fazer um post também diferente, escrevendo sobre alguns pensamentos que me acompanharam pela manhã e estão ecoando até agora.

Hoje cedinho acompanhei minha mãe a um exame em que ela teve que ser cedada. Já a tinha acompanhado outra vez neste mesmo exame, mas com certeza jamais havia conseguido perceber a dimensão desse pequeno gesto de carinho.

Mas essa percepção não se tornou possível por si só, como ao certo não seria. Foi necessário um choque de realidade para compreender o óbvio.

Aconteceu o seguinte: estava com mommy quando de repente adentrou a saleta de repouso pós-exame uma mulher de seus 40 anos para acompanhar sua mãe. A filha, bem atrasada, encontrou a mãe, de aparência franzina e envelhecida, já prostrada numa cadeira; mesmo com a mãe quase desmaiada, já chegou a sacudindo, exclamando que precisava ir embora. A mãe nem notou, permanecendo inerte por mais alguns minutos. Eu, que aguardava minha mãe despertar, tive que avisá-la que era necessário aguardar mais alguns minutos para que o laudo pudesse ser concluído e a mãe se restabelecesse. Mas a filha não se conteve. Reclamou tanto, mas tanto, que forçou a mãe a despertar antes da hora e ir embora mesmo sem o laudo. Com certeza, a postura daquela filha soou absurda a todos os presentes na saleta. Ela não demonstrou o mínimo afeto e generosidade pela mãe. Nenhum mesmo. Aquela atitude, para mim, foi o exemplo contrário à forma ideal de se proceder com a pessoa que nos deu a vida, o que me fez refletir sobre muitas das minhas próprias ações.

Tenho plena consciência que muitas vezes me falta generosidade, especialmente com os meus entes mais próximos, mas não quero mais ser assim. Estou realmente disposta a fazer o exercício de aprender a canalizar o amor que mora em mim àqueles que de fato o merecem. Não vou mais desperdiçar o sentimento mais lindo que possuo. Não mesmo.

Esse acontecimento me fez pensar sobre as diferentes formas de se doar, de ser generoso, de dar amor, mostrar carinho, afeto. E, sinceramente, acho que é desse tipo de reflexão que o mundo de hoje mais precisa.

E, indo além, o episódio de hoje me fez reletir sobre envelhecer sozinho, sem uma companhia amiga para emprestar a mão em dias de labaroscopia. Acho que essa preocupação atordoa todo ser sentido. Ninguém no mundo gostaria de passar por uma situação dessas em má companhia...

PAPAI DO CÉU, não quero isso pra mim não, tá?! Pode registrar esse pedido aí! :)

Amém!

Um comentário:

  1. Oie! fazia tempo que eu não passava por aqui! esse texto me chamou atenção...tb fico observando algumas situações por aí e pensando como será o meu futuro...mas sabe, cada vez mais eu chego a conclusão que aquilo de "o que você colhe, você planta" é muito real. A gente não sabe qual a história dessa filha com a mãe...(não que isso justifique a atitude dela, afinal tb tem aquela coisa "não importa o que fizeram com você, mas o que você vai fazer com o que fizeram de você")
    mas o que a gente sabe, é o que a gente está plantando com nossa família e amigos...e mesmo não te conhecendo pessoalmente tenho certeza que você está plantando coisas boas...então não fique aflita com o futuro! Deus é bem mais criativo que a gente, é só ter fé de verdade que vai ficar tudo bem! Afinal, se não tivermos fé na hora da angústia, vamos ter quanto? hehe..beijos!!!

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