quinta-feira, 1 de abril de 2010

Um manifesto à poesia!


A vida fluía por entre a calmaria da brisa mansa daqueles tempos. Não se pensava em furacão, terremotos ou desgraças afins. Pelo contrário. Sonhava-se a dois, a três, a mil. O Brasil, país do futuro, ainda era um sonho distante.

Canções melodiosas, com letras ingênuas e românticas, dominavam as vitrolas. O rádio perdia, aos poucos, o pedestal, mas sem perder sua importância, especialmente nos clássicos domingos de Maracanã.

O amor pairava no ar, por entre galanteios sinceros, por entre os ideais revolucionários, por entre a vontade de se construir uma grande nação.

E eis que conseguimos, creio eu, sinceramente.

Após muitos e muitos planos econômicos, crises econômicas que pareciam sem fim, os dados comprovam que os pobres estão menos pobres, o acesso a educação aumentou, a taxa de mortalidade infantil caiu vertiginosamente; o Brasil era, de fato, o país do futuro.

Mas e a poesia daqueles tempos? Onde foi parar?

Será que algum dia ela ainda voltará a impulsionar multidões como um dia o fez?

Até o futebol deixou de ser “O” futebol... Copa do Mundo hoje é, acima de tudo, um negócio super hiper multi milionário... Enfim, os tempos definitivamente mudaram, o que me desperta uma certa nostalgia, confesso.

2010, ano de Copa do Mundo, de eleições e dos meus 30 anos... E junto, um turbilhão de sentimentos emaranhados que me fazem questionar esses tempos malucos que a gente vive.
Na verdade esse post nostálgico é inspirado em Ricardito, personagem do livro "As Travessuras da Menina Má", do Mário Vargas Llosa, melhor livro que li nos últimos tempos.

Só espero que os meus filhos possam experienciar um mundo mais poético e menos líquido.

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