quinta-feira, 16 de abril de 2009

AMOR LIBERTÁRIO!

" Percebia claramente, e, com muito prazer, que o meu amor pelo Coiote era coisa minha, que podia distribuir a muitas outras pessoas também, na mesma intensidade, em formas diferentes, como são diferentes as pessoas e suas formas de amar.
Outra descoberta que reduziu minha sensação de dependência e obsessividade em relação ao Coiote foi compreender, com certeza e prazer, que não se reproduz o prazer em ninguém, que o amor não é obra de quem quer que seja. O amor simplesmente acontece, como um raio, como um poema, como a vida, como a morte. Assim, a grandeza de uma relação depende da humildade em não se imaginar produtor, proprietário, autor, responsável do amor. Hão de viver mais profunda e intensamente o amor, os que dele se sentirem apenas usuários circunstânciais, provisórios e descartáveis. Assim como se possui a luz do Sol, a água do mar, o oxigêncio do ar, a beleza de uma paisagem ao entardecer."

Coiote. Freire, Roberto. Pg. 361, 1986.

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